sábado, dezembro 6, 2025
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Nova SAF busca injetar R$ 636 milhões no Botafogo; entenda

Acordo envolve ativos estratégicos e levanta controvérsias dentro e fora do clube

Em meio a um cenário turbulento nos bastidores do Botafogo, o empresário John Textor movimenta suas peças em uma manobra financeira ousada. O Conselho Administrativo da SAF aprovou, no último dia 17 de julho, o uso de ativos do clube como garantia para uma nova empresa de Textor, sediada nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal no Caribe.

Por isso, o episódio gerou imediata reação da Eagle Football Holdings, que contesta judicialmente a operação. A empresa alega que a transferência de ativos, incluindo direitos de transmissão, patrocínios, bilheterias e receitas com jogadores, fere princípios da governança da SAF.

Garantias envolvem quase todas as receitas relevantes do clube

Vale destacar que o acordo prevê o pagamento de até € 100 milhões (cerca de R$ 636 milhões) à SAF do Botafogo, além de um empréstimo do mesmo valor ao clube. Em contrapartida, a nova empresa de Textor “compraria” uma dívida da Eagle Football no valor de € 150 milhões.

As garantias envolvem:

  • Direitos de transmissão com a Liga Forte União até 2029;
  • Patrocínios e licenciamento de propriedade comercial;
  • Contratos com Google LLC e Sports Media Participações S.A;
  • Receitas com venda de jogadores da base e do profissional;
  • Bilheteria, ingressos e sócio-torcedor;
  • Propriedade intelectual licenciada pela SAF.

Com isso, boa parte da estrutura de receitas do Botafogo ficaria atrelada ao novo acordo, o que desperta atenção dentro e fora da diretoria.

Reação da Eagle e clima tenso nos bastidores

Cabe ressaltar que a Eagle acusa John Textor de tentar assumir controle total do clube, utilizando dívidas e ativos da própria SAF como base para seus novos negócios. Isso porque, segundo a holding, não houve consulta formal a todos os envolvidos, o que pode gerar consequências jurídicas.

Sendo assim, o episódio reforça o momento de instabilidade no comando do futebol alvinegro, com debates sobre transparência, governança e risco institucional. Dessa maneira, a pressão aumenta sobre Textor, que precisará apresentar resultados, dentro e fora de campo, para conter o desgaste.