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Renato Paiva rebate críticas no Botafogo: “Mais fácil do que dar crédito ao Palmeiras…”

Ex-técnico do Alvinegro respondeu julgamentos sobre retranca e garantiu que o mérito foi do adversário

Apresentado oficialmente como novo treinador do Fortaleza na sexta-feira (18 de julho), Renato Paiva utilizou a coletiva de imprensa para fazer um extenso esclarecimento sobre sua passagem recente pelo Botafogo, encerrada no fim de junho. Apesar de a primeira pergunta nem abordar o clube carioca, o técnico português direcionou sua resposta para rebater críticas e interpretações sobre seu estilo de jogo.

A demissão de Paiva ocorreu logo após a eliminação na Copa do Mundo de Clubes, quando o Botafogo foi superado pelo Palmeiras nas oitavas de final. Desde então, o treinador passou a ser rotulado como retranqueiro, algo que nega com veemência. Segundo ele, houve um julgamento apressado e desproporcional em relação à postura adotada naquele confronto.

“Dizer por um jogo que o Renato Paiva é retranqueiro? É mais fácil dizer isso do que dar mérito ao Palmeiras. Hoje em dia é muito difícil dar méritos para quem está do outro lado, é mais fácil criticar quem não teve sucesso”, afirmou o treinador, visivelmente incomodado com a forma como foi rotulado.

Ao justificar sua abordagem no jogo citado, Paiva argumentou que a equipe adversária teve maior domínio e surpreendeu taticamente. Apesar disso, garantiu que sua preparação e orientações aos atletas jamais seguiram uma linha defensiva. “Em nenhum momento fomos defensivos intencionalmente. O Palmeiras nos surpreendeu, teve mais posse de bola. Mas não vou mais falar, quero dar ponto final no Botafogo”.

O treinador também apresentou dados sobre seu desempenho em passagens anteriores, destacando campanhas ofensivas no Equador, no Benfica B, no Toluca e até no próprio Botafogo, principalmente nos jogos em casa. “Foi o melhor ataque no Equador, foi diversas vezes o melhor ataque no Benfica, ainda que na base. No Toluca, num torneio o melhor ataque, noutro, o segundo. Agora no Botafogo, só vitórias em casa, com exceção de um empate com o São Paulo”.

Paiva reforçou ainda que seu modelo de jogo exige tempo para implementação e depende do contexto de cada partida. Destacou que não busca impor um sistema fixo, mas sim adaptar sua equipe ao adversário e às circunstâncias. “As minhas equipes procuram atacar, querem a posse, pressionam, mas o jogo tem vida. Há momentos de linha alta, de bloco médio ou baixo, conforme o cenário”.

Em tom de despedida, o português agradeceu aos profissionais e jogadores do Botafogo e à torcida pelo apoio durante seu período no clube. “Foi possível, em quatro meses, organizar a equipe e conquistar bons resultados. Agradeço muito aos que estiveram conosco todos os dias”.

Por fim, demonstrou respeito por seu antecessor no Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, e afirmou que pretende dar continuidade ao bom trabalho deixado. “Eu não venho para substituir o Juan Pablo Vojvoda, porque ele é insubstituível. Venho, sim, com profissionalismo, a fim de fazer uma história tão bonita quanto a dele”.

A estreia de Renato Paiva no comando do Fortaleza está marcada para sábado (19 de julho), às 16h (horário de Brasília), na Arena Castelão, diante do Bahia, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.