A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) voltou atrás após publicar uma nota oficial em que cobrava da Conmebol medidas firmes diante da violência registrada na partida entre Independiente e Universidad de Chile, válida pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O episódio, que ocorreu na noite de quarta-feira (20 de agosto), em Avellaneda, gerou uma série de confrontos nas arquibancadas e forçou a suspensão da partida.
Inicialmente, a CBF divulgou um comunicado em tom enérgico, no qual pedia “rigor total” na apuração dos fatos e solicitava “penas severas” aos envolvidos no conflito. O texto classificava os acontecimentos como “inadmissíveis” e defendia que “episódios como esse não podem se repetir em competições que deveriam celebrar o talento, a emoção e o espírito esportivo”.
Entretanto, algumas horas após a publicação, a nota foi retirada do ar. De acordo com novo posicionamento da entidade, o presidente da CBF, Samir Xaud, não teria autorizado a divulgação do comunicado. A federação alegou “eventuais mal-entendidos” e reafirmou que mantém uma “relação amigável” com as demais confederações sul-americanas. A informação é do ‘UOL’.
A repercussão do posicionamento inicial da CBF causou desconforto interno na Conmebol e também entre outras associações nacionais. Conforme apurado, representantes de federações vizinhas procuraram a cúpula da entidade sul-americana para manifestar insatisfação com a postura brasileira. A insatisfação estaria ligada, entre outros fatores, a tensões recentes envolvendo críticas da própria CBF a episódios de racismo e à atuação das polícias locais nos estádios brasileiros.
A nota original da CBF também expressava solidariedade às vítimas e dizia que “nenhum torcedor, atleta ou profissional envolvido no espetáculo esportivo deve temer por sua integridade física ao exercer seu direito de participar ou assistir a uma partida de futebol”.
Enquanto isso, a Conmebol emitiu um comunicado próprio afirmando que está colhendo informações e manterá contato com as autoridades locais para apurar os responsáveis. A entidade assegurou que as sanções serão aplicadas conforme os regulamentos disciplinares e que os clubes também têm responsabilidade sobre a segurança quando atuam como mandantes.
Por fim, a Fifa também se manifestou sobre o ocorrido. Em nota assinada por seu presidente, Gianni Infantino, a entidade máxima do futebol repudiou os atos de violência e defendeu punições exemplares aos responsáveis. O texto classificou o episódio como “impactante” e destacou que “a violência não tem cabimento no futebol”.
