A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou, na manhã de quinta-feira (21), um duro posicionamento em resposta à violência registrada na noite anterior durante a partida entre Independiente e Universidad de Chile, em Avellaneda, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
No documento, a entidade exigiu “rigor total” e “penas severas” da Conmebol, cobrando uma apuração “célere e transparente” para punir os responsáveis.
A entidade brasileira também lamentou os acontecimentos e manifestou solidariedade às vítimas, reforçando seu compromisso com um futebol “seguro, inclusivo e pacífico”.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pede à Conmebol rigor total na apuração dos fatos ocorridos, com investigação célere e transparente, e que os responsáveis sejam identificados e punidos com severidade”, afirmou a CBF.
Críticas à Conmebol
As falhas de segurança no Estádio Libertadores de América também geraram fortes críticas do Ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso. Segundo ele, a polícia local recomendou a suspensão da partida ainda no primeiro tempo, mas a Conmebol teria postergado a decisão.
“Clara responsabilidade da Conmebol em atrasar a suspensão”, afirmou Alonso, que ainda destacou a ausência de barreiras internas no estádio para conter o avanço dos torcedores.
Em contraponto, o Ministério da Segurança da Argentina acusou a Aprevide e o governo de Buenos Aires de incompetência, indicando falhas graves no planejamento do evento.
Desdobramentos e consequências
A partida foi oficialmente cancelada pela Conmebol no início da madrugada de quinta-feira, sob alegação de falta de garantias de segurança. Segundo nota da entidade, as informações do ocorrido foram encaminhadas à Comissão Disciplinar, que decidirá o resultado e as punições cabíveis.
Além disso, circulou um comunicado falso sobre a exclusão imediata dos clubes da competição, o que foi desmentido.
No entanto, o Código Disciplinar da Conmebol prevê essa possibilidade, conforme o artigo 14, que lista sanções como jogos com portões fechados, suspensão de partidas, perda de pontos e até exclusão de competições futuras.
Relato dos confrontos
A confusão teve início no intervalo, quando torcedores da Universidad de Chile lançaram objetos, atearam fogo em cadeiras e invadiram áreas destinadas aos argentinos. Em resposta, torcedores do Independiente romperam o bloqueio e invadiram o setor visitante.
A briga generalizada deixou dezenas de feridos — cinco deles hospitalizados, sendo um em estado grave, segundo o embaixador do Chile na Argentina.
Imagens de torcedores sendo agredidos e um homem se jogando da arquibancada superior para escapar da violência chocaram o continente.
Vergonhoso o que aconteceu em Independiente x La U, isso não é futebol.
— Futnet FC (@futnetaposta) August 21, 2025
Que sejam todos punidos. pic.twitter.com/8QioKeHadP
Posicionamentos institucionais
A Universidad de Chile publicou nota oficial lamentando o ocorrido e declarando que o aspecto esportivo se tornou secundário diante da gravidade do cenário.
“Nossa maior preocupação é conhecer o estado dos torcedores agredidos brutalmente no Estádio Libertadores de América”, destacou o clube chileno.
O presidente do Independiente, Néstor Grindetti, por outro lado, culpou exclusivamente os torcedores da La U e pediu à Conmebol a exclusão do clube chileno do torneio. “Há 90 detidos que são torcedores da La U, há um claro responsável, é evidente”, declarou.