O Corinthians conseguiu uma importante vitória na Justiça na terça-feira (17 de junho), ao impedir o bloqueio de R$ 9 milhões de suas contas. O pedido havia sido feito pela Fazenda Pública, que buscava o valor para quitar uma dívida do clube. No entanto, a Justiça aceitou o argumento da diretoria interina, comandada por Osmar Stábile, e suspendeu a medida, garantindo que o clube continue suas operações financeiras de forma regular.
A decisão foi comemorada internamente, sobretudo pelo Departamento Jurídico do Corinthians. Segundo Leonardo Pantaleão, assessor jurídico da atual gestão, a medida assegura a continuidade das atividades do clube sem sofrer com restrições judiciais que poderiam comprometer o planejamento financeiro. “A decisão obtida pelo Departamento Jurídico é extremamente importante, pois permite que o Corinthians continue operando normalmente, sem incidência de bloqueio judicial, o que comprometeria projeção financeira do clube”, afirmou Pantaleão.

O principal argumento utilizado pela defesa corintiana foi a adesão do clube ao Regime Centralizado de Execuções (RCE). Nesse modelo, todas as dívidas de natureza cível são concentradas em uma única plataforma de pagamentos, o que impede bloqueios individuais nas contas. Assim sendo, os valores devidos são quitados de maneira controlada e com base em uma fila de prioridades previamente definida.
Atualmente, o Corinthians acumula R$ 376 milhões em dívidas cíveis, envolvendo diferentes tipos de credores, como jogadores, empresários e fornecedores. Conforme o plano apresentado pela diretoria, os pagamentos serão realizados ao longo de dez anos. O clube estima reduzir cerca de 60% desse montante dentro de seis anos, por meio de uma gestão financeira mais controlada.
Aliás, o modelo de quitação prevê a utilização de 4% das receitas gerais do clube, além de 5% das negociações envolvendo atletas. Caso algum credor tenha interesse em antecipar o recebimento, poderá participar de um mecanismo de ‘leilão reverso’. Nesse formato, o pagamento é feito com desconto, o que permite uma flexibilização nas negociações.
Em conclusão, a suspensão do bloqueio representa um alívio momentâneo para o Corinthians, que segue enfrentando um cenário de dificuldades financeiras. Embora o risco de novas ações continue existindo, o clube conseguiu preservar seu fluxo de caixa, garantindo a manutenção de seus compromissos imediatos e o andamento do planejamento financeiro vigente.