O Corinthians vive mais um episódio de instabilidade nos bastidores, desta vez envolvendo o contrato firmado com a empresa Braziline, assinado em setembro de 2024. O acordo, que previa o licenciamento de produtos oficiais, tornou-se motivo de atrito entre departamentos técnicos e o vice-presidente Armando Mendonça. Isso porque, mesmo após o pagamento de R$ 1 milhão em garantia mínima, nenhum dos produtos enviados pela Braziline foi aprovado pelos setores responsáveis.
Produtos reprovados e tentativa de rescisão frustrada
Segundo apuração do UOL Esporte, pareceres do marketing, licenciamento e lojas apontaram falhas como acabamento precário, escudo mal posicionado e ausência da aprovação da Nike, fornecedora oficial. Sendo assim, o departamento de marketing iniciou o processo de rescisão contratual em janeiro de 2025, respaldado por parecer jurídico e cláusulas do contrato.
Porém, a iniciativa foi barrada por Armando Mendonça, que sugeriu liberar parte dos produtos para venda, contrariando os setores técnicos. Com isso, o ambiente interno ficou ainda mais tenso. Vale destacar que profissionais do setor têxtil relataram que os itens não correspondiam aos modelos aprovados, além de não apresentarem o selo oficial de licenciamento.
R$ 1 milhão e comissões em debate
Outro ponto sensível é a devolução do valor pago pela Braziline. O vice-presidente defende o reembolso do montante para viabilizar a rescisão amigável. O marketing, por sua vez, estuda antecipar receitas para atender à demanda, embora entenda que a liberação contraria os pareceres técnicos e jurídicos.
Além disso, há desconforto com o pagamento de comissões ao ex-prestador Ricardo Cobra, que atuou na intermediação do contrato. Ele foi desligado em 2024, mas ainda pode lucrar até R$ 550 mil com o acordo — R$ 75 mil já foram pagos. Isso porque seu contrato previa comissionamento enquanto os contratos firmados por ele estivessem vigentes.
Clube e empresa se manifestam
O Corinthians afirmou que a decisão final cabe ao presidente Osmar Stabile, que já solicitou agilidade na apuração. A Braziline, por sua vez, declarou não ter sido oficialmente notificada sobre o rompimento e ressaltou sua trajetória de 30 anos no licenciamento esportivo.
Portanto, o caso expõe uma nova crise política e operacional no clube, com interesses divergentes que colocam em xeque a transparência e a governança corintiana.