Em meio a uma das janelas de transferências mais importantes da temporada, o Corinthians enfrenta novamente problemas financeiros que refletem diretamente na sua credibilidade no mercado. O clube atrasou o pagamento da primeira parcela do acordo firmado com a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), o que acendeu um alerta sobre a possibilidade de sofrer um transfer ban.
O débito renegociado com a CNRD soma R$ 76 milhões, e a primeira parcela, no valor de R$ 4,2 milhões, deveria ter sido quitada até quinta-feira (17 de julho). Contudo, conforme o próprio contrato, o Corinthians ainda dispõe de cinco dias corridos após o vencimento para apresentar o comprovante de pagamento. A diretoria planeja regularizar a pendência até segunda-feira (21 de julho), o que, a princípio, evita qualquer sanção automática.
Enquanto isso, a situação financeira do clube segue pressionada. A diretoria trabalha para antecipar receitas e reforçar o caixa. O Cori (Conselho de Orientação) aprovou recentemente o adiantamento de R$ 30 milhões referentes ao contrato com a Liga Forte União. Além disso, em agosto, é esperada uma entrada de cerca de R$ 50 milhões da Nike, antecipando valores do acordo vigente com a fornecedora de material esportivo.
Paralelamente, o clube busca movimentações no mercado de jogadores para gerar novas receitas. Uma das alternativas consideradas é a venda do jovem meio-campista Breno Bidon. O atleta, que vem se destacando, está no radar do PSV, da Holanda, e pode receber uma proposta nos próximos dias, o que ajudaria a aliviar parte da dívida.
O maior credor dentro do acordo com a CNRD é o Cuiabá, que tem aproximadamente R$ 18,5 milhões a receber do Corinthians. A dívida se refere à negociação do volante Raniele, realizada em janeiro de 2024. A diretoria do clube mato-grossense tem demonstrado grande insatisfação com os atrasos e, recentemente, utilizou as redes sociais para cobrar publicamente o pagamento.
“Faltam 3 horas e 54 minutos para o fim do dia 17 de julho e até agora NADA. Estamos aguardando… Já faz mais de 365 dias que estamos aguardando!!!”, publicou o perfil oficial do Cuiabá no X (antigo Twitter), na noite de quinta-feira (17 de julho).
A cobrança nas redes sociais foi acompanhada de críticas contundentes por parte do presidente do clube, Cristiano Dresch, que afirmou: “Nunca deram satisfação. Eles (Corinthians) estão alegando que têm cinco dias para pagar, eles têm cinco dias para juntar os comprovantes de pagamento. Amanhã de manhã já vamos protocolar na Câmara dizendo que não recebemos”.
Em entrevista à ESPN, Dresch foi além e criticou a falta de rigor na aplicação das regras: “Se eles não pagarem, o transfer ban é automático. Se aqui fosse um lugar com regras, um lugar sério, o Corinthians já teria sido rebaixado faz tempo”.
