O Corinthians enfrenta um novo desafio fora de campo. Uma ex-jogadora do time feminino acionou a Justiça do Trabalho cobrando o pagamento de premiações referentes à temporada de 2024. A ação pede R$ 241.809,76, valor que inclui títulos conquistados e o vice-campeonato estadual, além de indenização por danos morais .
A atleta defendeu o clube entre 2023 e 2024 e deixou o elenco no início deste ano. Segundo o processo, os valores devidos dizem respeito à conquista da Libertadores, do Brasileirão e à segunda colocação no Paulistão. Pelo contrato, o clube deveria repassar R$ 174.282,64 referentes aos títulos e R$ 11.972,73 pela participação no torneio paulista.
De acordo com o documento, o Corinthians parcelou os pagamentos após a rescisão do vínculo, prática que contraria a Consolidação das Leis do Trabalho. O artigo 477 da CLT determina que todas as verbas rescisórias sejam quitadas em até dez dias, sob pena de multa equivalente a um salário mínimo, além do montante devido.
O processo ainda menciona como agravante o fato de o clube ter quitado pendências de jogadores do time masculino no mesmo período. Entre os exemplos, aparece a dívida de direitos de imagem do atacante Memphis. A ex-atleta, por sua vez, teme represálias e optou por manter o caso em segredo de Justiça .
Em 2024, o time feminino do Corinthians levantou a taça da Libertadores ao vencer o Santa Fe por 2 a 0, no Paraguai. No Brasileirão, superou o São Paulo na decisão, enquanto no Paulistão perdeu o título para o Palmeiras. Depois daquela temporada, nove jogadoras deixaram o elenco, sinalizando um período de transição no grupo.
A diretoria alvinegra reconhece os débitos com parte das atletas. Conforme informações divulgadas, existe um diálogo em andamento entre os dirigentes e a gestora da equipe, Iris Sesso, para encontrar uma solução. O planejamento interno é de que as pendências sejam regularizadas em breve .
A ação trabalhista abre precedente para que outras ex-jogadoras sigam o mesmo caminho. Afinal, os títulos recentes ampliaram a visibilidade do futebol feminino no clube, mas os problemas administrativos evidenciam obstáculos ainda presentes. O caso expõe a necessidade de maior atenção na gestão financeira para evitar novas contestações judiciais.
