O Corinthians atravessa um momento de pressão dentro e fora de campo. No setor financeiro, o clube quitou a primeira parcela do acordo firmado com a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), o que evitou um possível transfer ban. Já no futebol, o confronto diante do Cruzeiro, nesta quarta-feira (23), ganhou contornos decisivos para o técnico Dorival Júnior.
O pagamento foi realizado na segunda-feira (21), contemplando especialmente o Cuiabá, principal credor do Corinthians no processo. O clube do Centro-Oeste recebeu R$ 715 mil referentes à negociação do volante Raniele. O total da dívida é de aproximadamente R$ 18 milhões. No mesmo dia, o Timão quitou o restante da quantia após uma primeira transferência de R$ 150 mil.

O acordo homologado junto à CNRD, firmado em abril, compromete o clube ao pagamento de R$ 76 milhões divididos em 24 parcelas. A quitação dos valores será feita trimestralmente ao longo dos próximos seis anos. O compromisso inclui dívidas com empresários, atletas e outros clubes.
Com o objetivo de equilibrar seu fluxo de caixa, a diretoria corintiana tem recorrido à antecipação de receitas. Recentemente, o Conselho de Orientação aprovou o adiantamento de R$ 30 milhões referentes ao contrato com a Liga Forte União. Em agosto, está previsto o recebimento de cerca de R$ 50 milhões da Nike. Além disso, a venda de um jogador é considerada prioridade nesta janela de transferências. O meia Breno Bidon é o principal nome cogitado para negociação com o PSV, da Holanda.
Enquanto isso, o clima nos bastidores segue instável em relação ao comando técnico. A derrota por 2 a 0 diante do São Paulo aumentou o descontentamento interno com Dorival Júnior. Conforme relatos próximos à cúpula alvinegra, o desempenho recente da equipe não tem correspondido às expectativas da diretoria, que vê o confronto contra o Cruzeiro como determinante.
Mesmo adotando um discurso público de apoio, o presidente interino Osmar Stabile reconheceu que os resultados influenciarão nas decisões futuras.
“O Dorival está garantido. Assim como está garantido o (diretor executivo de futebol) Fabinho Soldado. Ninguém sabe (até quando está garantido). Não dá para prever o futuro. Futebol é resultado, eu não posso dizer o que vai acontecer daqui para frente”, afirmou Stabile em entrevista ao ge.globo.
Dorival tem reforçado em entrevistas a necessidade de reforços, especialmente para o setor ofensivo. Contudo, o cenário financeiro complica a chegada de novos nomes. Internamente, especula-se que Tite e Juan Pablo Vojvoda seriam possíveis alvos em caso de mudança no comando técnico.
Desde sua chegada, em abril, Dorival comandou o Corinthians em 14 partidas, somando seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas. O aproveitamento de 52,3% ainda não trouxe a estabilidade esperada.