O Corinthians avalia propostas para a renovação de seu patrocínio máster, mas trata com cautela uma oferta apresentada pela Responsa Gamming Brasil Ltda, empresa interessada em lançar uma casa de apostas com a marca do clube. A ideia seria criar uma bet própria voltada à torcida, com remuneração fixa, participação nos lucros e ganhos variáveis. No entanto, internamente, a diretoria corintiana mostra maior inclinação por estender o contrato com a atual patrocinadora, Esportes da Sorte, vigente até 2027.
O projeto da Responsa prevê arrecadação superior a R$ 600 milhões em três anos, mas o departamento de compliance do clube apontou preocupações com o faturamento atual da empresa. A análise foi feita com base na primeira proposta apresentada, que oferecia R$ 453 milhões por três anos, incluindo bonificações por desempenho e repasse de percentual sobre o lucro da plataforma. A empresa, por sua vez, afirma que está em fase final de captação de recursos junto a um fundo internacional.
“Estamos finalizando a captação com um parceiro estratégico, atraído pela possibilidade de operar uma plataforma voltada à maior torcida do país”, destacou a empresa em nota oficial.
Ainda assim, a Responsa trabalha numa nova proposta de R$ 720 milhões por quatro anos de contrato, com bônus que poderiam elevar o valor total para até R$ 940 milhões. Mesmo diante da resistência inicial do clube, a empresa tenta agendar uma reunião com a diretoria, a fim de apresentar garantias financeiras e reforçar o potencial comercial da parceria. Um dos trunfos mencionados foi o patrocínio pontual ao Grêmio, nas rodadas finais do Brasileirão, por meio da marca “Energia.Bet”, associada ao grupo.
Contudo, o Corinthians considera a Responsa uma empresa de menor porte em relação à Esportes da Sorte, que já é vista internamente como consolidada no mercado. Além disso, pesam contra a proposta os riscos reputacionais de associar o nome do clube diretamente a uma casa de apostas, especialmente após experiências problemáticas com patrocinadores anteriores, como Taunsa e VaideBet.
Outro fator relevante no processo de decisão é a boa relação com a atual patrocinadora. Segundo interlocutores, o clube está satisfeito com as ações de marketing desenvolvidas em parceria com a Esportes da Sorte. A negociação pela renovação contratual inclui aumentos nos valores pagos e nas entregas comerciais, o que fortalece ainda mais essa continuidade.
Paralelamente, o Corinthians também busca renegociar outras propriedades da camisa, cujos contratos se encerram ao final deste ano. Patrocinadores como Frimesa, UniCesumar e Elétrica AREA indicaram que não devem permanecer em 2026. A meta da diretoria é atingir R$ 255 milhões em receitas de patrocínio na próxima temporada, após encerrar 2025 com aproximadamente R$ 174 milhões — valor abaixo dos R$ 211 milhões inicialmente projetados.
Por fim, o compliance também levantou dúvidas sobre a composição societária da Responsa Gamming Brasil Ltda., o que atrasou a entrega do relatório à cúpula do clube. Esse conjunto de fatores reforça a preferência pelo caminho já estabelecido com a atual patrocinadora, enquanto novas propostas seguem sendo analisadas com rigor.
