domingo, agosto 3, 2025
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São Paulo

Corinthians toma atitude para ajudar as torcidas organizadas

As articulações seguem em andamento, e o clube tenta, junto às autoridades competentes, encontrar uma solução consensual

A Federação Paulista de Futebol (FPF), acatando recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e da Polícia Militar, proibiu a presença de seis torcidas organizadas do Corinthians nos estádios do estado até dezembro de 2025. A decisão foi tomada dias após a final do Campeonato Paulista, disputada contra o Palmeiras, quando sinalizadores e fogos de artifício foram acesos nas arquibancadas da Neo Química Arena.

As torcidas atingidas pela medida são: Gaviões da Fiel, Camisa 12, Fiel Macabra, Pavilhão 9, Estopim da Fiel e Coringão Chopp. Desde então, esses grupos não podem portar faixas, instrumentos ou qualquer material com seus símbolos em jogos no estado.

Iniciativa do clube

O Corinthians articula com lideranças das organizadas uma proposta para reverter ou, ao menos, reduzir a punição vigente. A ideia central é apresentar ao Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual os grupos assumiriam compromissos legais e se responsabilizariam por não repetirem as infrações cometidas.

Essa tentativa de negociação envolve reuniões com representantes da FPF, MP e Polícia Militar. Além disso, membros da diretoria alvinegra têm buscado aproximação com autoridades e instituições envolvidas no caso para discutir contrapartidas e medidas de reabilitação gradual da presença das torcidas na Neo Química Arena.

Reações e bastidores

Leonardo Pantaleão, ex-diretor jurídico da gestão Augusto Melo e atual consultor sob o presidente interino Osmar Stabile, se reuniu com Mauro Silva, vice-presidente da FPF, e o advogado Nilo Patrussi. O encontro teve como objetivo discutir uma possível flexibilização da penalidade aplicada às organizadas.

Em nota oficial, a FPF afirmou:

“A Federação Paulista de Futebol editou a Portaria nº 093/2025, publicada em 2 de abril, atendendo a recomendação do Ministério Público do Estado de São Paulo que determinou a proibição da entrada de torcidas organizadas do Sport Club Corinthians Paulista em praças desportivas até o fim de 2025.

A FPF atendeu à recomendação feita pelas autoridades competentes. Eventuais tratativas sobre a revisão da medida devem ser conduzidas diretamente com o Ministério Público e a Polícia Militar, responsáveis por sua recomendação.”

Renan Bohus, advogado dos Gaviões da Fiel, também se manifestou:

“É importante esclarecer que não foi respeitado o direito prévio às organizadas de apresentar defesa antes da decisão. Estamos tentando diálogo com as autoridades, com o 2º Batalhão de Choque, delegacias e FPF para tentarmos solucionar o mais rápido possível.”

Declarações e impactos

Após os acontecimentos na final estadual, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, cobrou medidas severas:

“Eu vi que o árbitro colocou na súmula e eu espero que haja punição, porque sem punição… Não foram só sinalizadores, jogaram uma bomba também no gramado, então precisa ter punição, senão vai continuar sempre da mesma forma.”

O Batalhão de Choque da Polícia Militar, por sua vez, reforçou a decisão com determinação explícita:
“Devido aos incidentes ocorridos no último jogo do Corinthians na Neo Química Arena, e por determinação do Coordenador Operacional deste Batalhão, fica expressamente proibida qualquer solicitação de material até segunda ordem.”

Consequências para o time

Internamente, há a percepção de que a ausência das organizadas tem prejudicado o ambiente nos jogos como mandante. A diretoria acredita que a proibição dificulta a criação de uma atmosfera mais intensa e favorável ao elenco dentro de campo, o que pode influenciar no desempenho da equipe.

As articulações seguem em andamento, e o clube tenta, junto às autoridades competentes, encontrar uma solução consensual que viabilize o retorno gradual da manifestação visual e sonora das torcidas na Neo Química Arena ainda neste ano.