O goleiro Hugo Souza foi decisivo na classificação do Corinthians à final da Copa do Brasil. A atuação diante do Cruzeiro, no domingo (14), foi marcada por duas defesas em cobranças de pênaltis, sendo uma delas em chute de Gabigol, seu ex-companheiro de Flamengo.
Entretanto, ao analisar as cobranças dos adversários, Hugo optou por não estudar os padrões de Gabigol. Hugo explicou que confiou na convivência que teve com o atacante nos tempos de Flamengo para tomar sua decisão no momento mais tenso da semifinal.
“Nos meus estudos de pênaltis, preferi nem olhar os pênaltis do Gabriel. É um cara que conheço há muitos anos, treinamos juntos desde 2019… se tem um cara que já defendeu pênalti dele no treino sou eu”, afirmou o goleiro, explicando que optou por seguir o instinto.
“Vim com uma estratégia para defender o pênalti dele e mudei a estratégia, deu certo. É um grande jogador, um amigo que eu tenho no futebol. É uma cara que eu respeito muito, mas eu estou ali para defender minha camisa e hoje eu fui feliz”.
Antes mesmo das penalidades, Hugo demonstrou confiança diante dos colegas. Após o término do tempo regulamentar, ele garantiu que defenderia duas cobranças. Segundo Matheus Bidu, essa promessa foi feita ainda no vestiário. O próprio goleiro confirmou: “Cheguei na roda quando acabou o jogo e falei: ‘rapaziada, vão lá e façam os pênaltis, que eu vou pegar dois’.”
Além disso, o auxiliar Lucas Silvestre teria incentivado Hugo no vestiário, lembrando-o da importância de assumir a responsabilidade nos momentos decisivos. O goleiro entendeu o recado. “Costumo dizer que isso não é soberba. Pode ser um pouco de autoconfiança, mas profetizei sobre minha própria vida. Joguei para Deus: ‘minha vontade é essa'”.
A atuação de Hugo foi fundamental para que o Corinthians avançasse à final após empate no placar agregado. Mesmo com a derrota por 2 a 1 no tempo normal, o time paulista se impôs nos pênaltis, vencendo por 5 a 4. O camisa 1 defendeu os chutes de Gabigol e Walace, permitindo que Bidon convertesse a última cobrança e garantisse a classificação.
Aliás, a noite também marcou um reencontro simbólico. Cássio, hoje no Cruzeiro, enfrentou o clube onde se tornou ídolo. Hugo, atual dono da meta corintiana, destacou o respeito ao colega: “A gente só se abraçou antes dos pênaltis e no final. Ele me parabenizou e eu também parabenizei a ele… É um cara que eu tenho um carinho, um respeito enorme por tudo que ele conquistou com a camisa que hoje eu visto. Estou em um lugar que eternamente vai ser dele. Eu só quero construir minha história, sem me comparar a ninguém”.
Com essa performance, Hugo não apenas classificou o Corinthians para mais uma decisão nacional, como também iniciou, de forma simbólica, sua própria trajetória com a camisa alvinegra.
