A utilização de verba do Corinthians para despesas particulares voltou a gerar polêmica no clube após declarações do ex-presidente Andrés Sanchez. O episódio, ocorrido no fim de 2020, voltou à tona nesta semana, após o próprio dirigente confirmar publicamente que usou o cartão corporativo do clube durante uma viagem de Réveillon a Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte.
De acordo com o ex-mandatário, cerca de R$ 9.416 foram utilizados em despesas como hospedagem, passeios turísticos e restaurantes. Sánchez justificou que se confundiu ao utilizar o cartão, já que seu cartão pessoal seria do mesmo banco do cartão do clube. Além disso, alegou não ter sido notificado à época pelo departamento financeiro do Corinthians para realizar o reembolso, compromisso que prometeu cumprir agora.
Andrés presidiu o clube em dois períodos: entre 2007 e 2011 e, posteriormente, entre 2018 e 2020. Atualmente, ele é conselheiro vitalício e ocupa uma cadeira no Conselho de Orientação (CORI). Ao se manifestar, afirmou que a polêmica tem sido usada como instrumento político, principalmente diante do momento turbulento vivido pela atual diretoria. “Vasculharam todas as minhas administrações, até fatura de cartão de crédito. Eu usei R$ 9 mil”, declarou.
Contudo, as explicações não foram bem recebidas por todos no ambiente alvinegro. O ex-atacante Dinei, revelado pelas categorias de base do clube e tricampeão brasileiro com a camisa do Corinthians, reagiu com indignação ao pronunciamento. Ligado à atual gestão de Augusto Melo, ele cobrou punições mais severas ao ex-presidente.
“Tem que ser expulso do Corinthians”, escreveu Dinei em publicação nas redes sociais, em resposta à entrevista concedida por Andrés ao portal LeoDias .
Aliás, essa não foi a primeira vez que Sánchez comentou sobre o episódio. Em nota publicada nas redes sociais, o ex-presidente confirmou que, ao tomar conhecimento do caso, solicitou a verificação dos valores e afirmou que quitará a dívida com correções. “Confirmada a despesa, pedi que calculassem os valores, com juros e correção monetária, a fim de que eu possa providenciar de imediato a quitação dessa pendência”.
A situação ocorre em meio a uma fase de instabilidade política e financeira no clube. A gestão de Augusto Melo, afastada após impeachment, tem no episódio envolvendo Andrés um dos pontos mais explorados nos bastidores, especialmente com a Assembleia Geral marcada para quinta-feira (09 de agosto), que decidirá o futuro do presidente destituído.
O caso reforça o debate sobre a necessidade de maior fiscalização e transparência na gestão dos clubes brasileiros, sobretudo em tempos de crise institucional e questionamentos sobre governança e integridade administrativa.
