Na segunda-feira (23), uma nova polêmica reacendeu o clima de instabilidade nos bastidores do Corinthians. Imagens do presidente afastado Augusto Melo ao lado dos empresários Toninho Duettos e Sandro Ribeiro provocaram forte reação do vice-presidente Armando Mendonça, que voltou a criticá-lo publicamente.
A fotografia, divulgada inicialmente pelo repórter Pedro Ramiro, mostra os três juntos na cerimônia de posse realizada na sede do clube, em 2 de janeiro de 2024.
O problema reside no fato de que Augusto havia alegado anteriormente não possuir qualquer relação com Sandro Ribeiro, além de declarar que conheceu Toninho apenas por intermédio do cantor Gusttavo Lima. As imagens, portanto, contradizem diretamente as versões apresentadas por ele à imprensa e à Polícia Civil.
Vice-presidente dispara contra Melo
A reação de Armando Mendonça foi imediata e contundente. O dirigente utilizou suas redes sociais para comparar o presidente afastado ao personagem Pinóquio, em uma crítica direta à sua conduta.
“O Pinóquio criado por Geppetto da história de Collodi tinha como moral a importância da honestidade, obediência e responsabilidade para se tornar um ser humano de verdade. Já o Pinóquio do PSJ virou um verdadeiro personagem que tem como maior qualidade o tamanho do seu nariz por ter enganado com abundância a todos e ter virado o primeiro presidente da nossa história a ser indiciado por se associar criminalmente com seus amigos para lavar dinheiro com o furto cometido contra o SCCP”, escreveu Mendonça.
Na mesma publicação, o vice também defendeu que Augusto Melo seja banido do clube: “Que esse homem de madeira seja definitivamente expulso no nosso amado clube e nunca mais tente administrá-lo. Espero que os sócios façam história para esse nocivo personagem, Augusto Melo”.
Empresários cobram comissão milionária e apontam intermediação duvidosa
Toninho Duettos e Sandro Ribeiro são apontados pela Polícia Civil como intermediários no acordo de patrocínio entre o Corinthians e a empresa VaideBet. Ambos alegam que deveriam receber cerca de R$ 25 milhões pela intermediação do contrato de R$ 360 milhões — o que equivale a aproximadamente 7% do total.
Entretanto, os empresários afirmam não ter recebido qualquer parte dessa quantia. Segundo eles, o pagamento foi feito à empresa Rede Social Media Design LTDA, ligada a Alex Cassundé, que trabalhou na campanha eleitoral de Augusto. Essa empresa teria, posteriormente, repassado os valores a terceiros, até chegar à UJ Football, entidade apontada no inquérito policial como vinculada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Investigação criminal avança e envolve outros ex-dirigentes
Além de Augusto Melo, também foram indiciados Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) e o próprio Alex Cassundé. A Polícia Civil os acusa de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado.
Agora, cabe ao Ministério Público decidir se há elementos suficientes para levar os envolvidos a julgamento formal.
