O sábado (14 de junho) foi marcado por uma nova manifestação de torcedores do Corinthians, que se reuniram em frente ao Parque São Jorge. O objetivo do ato foi pressionar a diretoria por mudanças no estatuto social do clube, com destaque para o pedido de inclusão dos sócios-torcedores no processo eleitoral para a presidência. O ambiente político do Timão, aliás, segue agitado nas últimas semanas.
Atualmente, apenas os associados têm direito a voto nas eleições do Corinthians. Os integrantes do programa Fiel Torcedor, apesar de contribuírem financeiramente com o clube, não podem participar das decisões eleitorais. Por conta disso, os manifestantes ergueram faixas com frases diretas, como: “Fiel Torcedor com direito a voto já!”, “Reforma do estatuto já!” e “Fora ratazanas”. A manifestação ocorreu de forma pacífica, sem registros de incidentes.
O movimento, que envolve diferentes grupos de torcedores, se soma a uma série de protestos recentes. Conforme relatado, até durante o jogo da seleção brasileira contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, houve manifestações por parte da torcida corintiana. As cobranças refletem a insatisfação com a atual condução administrativa do clube.
A crise política que envolve o Corinthians tem como um dos principais personagens o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. Ele tem sido um dos maiores defensores das mudanças no estatuto. Segundo ele, a participação do sócio-torcedor no processo eleitoral e outras alterações são fundamentais para modernizar a gestão do clube. Em virtude disso, uma comissão interna foi criada para analisar as propostas de alteração.
Entretanto, a tramitação das propostas de reforma foi interrompida. O motivo alegado pela diretoria foi a falta de ambiente interno adequado para discutir o tema. Isso porque o Corinthians enfrenta, paralelamente, o processo de impeachment do presidente Augusto Melo, afastado temporariamente do cargo. A situação gerou um clima de instabilidade, dificultando o avanço das discussões.
De acordo com informações apuradas, torcidas organizadas também têm participado das reuniões com conselheiros para discutir o novo estatuto. Essas reuniões ocorreram antes da suspensão dos debates. O envolvimento direto das organizadas indica o peso que o tema vem ganhando dentro e fora dos bastidores do clube.
Com Melo afastado e a pressão da torcida crescendo, o tema da reforma do estatuto pode voltar à pauta nas próximas semanas. A expectativa entre os conselheiros é que, passada a definição sobre o futuro da presidência, o Corinthians retome as discussões internas a fim de que as mudanças sejam finalmente votadas.
