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Torcida organizada do Corinthians se manifesta em relação ao Flamengo

Ao longo do pronunciamento, Ale cobrou publicamente explicações sobre supostas dívidas da Gaviões mencionadas por Tuma

Durante entrevista coletiva concedida na sexta-feira (1º), no Parque São Jorge, Romeu Tuma Júnior abordou diversos temas ligados ao momento institucional do Corinthians. Em meio às falas sobre investigação de ex-presidentes, reforma estatutária e impeachment de Augusto Melo, o presidente do Conselho Deliberativo encerrou sua fala com uma declaração que gerou forte repercussão:

“A gente quer ser um Flamengo, e vamos ser”.

Tuma defendeu a necessidade de o Corinthians “renascer das cinzas” e comparou o processo de reestruturação desejado no clube à trajetória do time carioca na última década, marcada por saneamento financeiro e modernização administrativa.

Gaviões da Fiel contesta comparação com rival

No dia seguinte à coletiva, Ale, presidente da Gaviões da Fiel, publicou vídeo nas redes sociais rebatendo a fala de Tuma. Ele contestou diretamente a comparação feita com o Flamengo e afirmou que a torcida corintiana não compartilha do mesmo pensamento.

“Romeu Tuma, se você quer ser igual ao Flamengo, fale por você. A nação corinthiana não quer ser o Flamengo, não. Pelo contrário, o Flamengo quer ser o Corinthians, pela nossa história e grandiosidade”.

Ale criticou ainda o histórico político de Tuma dentro do clube e o responsabilizou pelo cenário atual: “Você também é responsável pelo Corinthians estar na situação que está hoje. Está há 30 anos aí, administrando o Corinthians também, de alguma maneira”.

Pressão por transparência e estatuto

O dirigente da organizada também relacionou a declaração de Tuma à recente pressão da torcida por mudanças na gestão. Segundo ele, o protesto em frente ao Parque São Jorge, ocorrido no mês anterior, teria causado incômodo entre os conselheiros e motivado falas defensivas na coletiva.

“Está mais do que claro que aquele protesto incomodou. Hoje você está debatendo o Corinthians, quer saber a reforma do estatuto”.

Ao longo do pronunciamento, Ale cobrou publicamente explicações sobre supostas dívidas da Gaviões mencionadas por Tuma. Ele relatou que o setor jurídico da torcida entrou em contato formal com o presidente do Conselho no dia 25 de julho, solicitando os valores detalhados, mas ainda não obteve retorno.

“Uma dívida oficial, manda para a gente, pra gente conversar. Atende o nosso jurídico, que mandou mensagem para você”.

Clima político no Corinthians se agrava

A crise institucional no clube se intensificou nos últimos dias, principalmente em função da votação do impeachment de Augusto Melo, marcada para sábado (09 de agosto). O presidente afastado também reagiu com indignação à fala de Tuma, classificando-a como oportunista e ofensiva.

“O Corinthians é muito maior que o Flamengo. É o desespero dele, ele sabe que a gente vai voltar dia 9. Patético. Fico envergonhado”.

Augusto também voltou a criticar os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, reforçando que denúncias relacionadas a cartões corporativos tentam manchar sua imagem. Ele afirmou que não renunciará ao cargo, mesmo diante da pressão política e jurídica.

Chamado à participação dos torcedores

Na parte final do vídeo, Ale reforçou o papel da torcida no processo de mudança institucional. Ele destacou que, diante do caos, o corintiano comum passou a se politizar e cobrar mais protagonismo nas decisões internas.

“Hoje o Corinthians se politizou. O caos fez o Corinthians se politizar. O corintiano geral quer ajudar a tirar o clube do fundo do poço. Mas vocês não abrem espaço para isso”.

Por fim, Ale concluiu com um recado direto a Tuma, cobrando que ambos cumpram seus respectivos papéis de forma transparente: “Vamos fazer o nosso papel? Eu como presidente de torcida organizada, e você como presidente do Conselho?”.