Em um dos relatos mais emocionantes sobre bastidores do futebol brasileiro nos últimos anos, o ex-atacante Marcelo Moreno revelou que chegou a contrair um empréstimo bancário de R$ 22 milhões para socorrer o Cruzeiro durante sua grave crise financeira entre 2020 e 2021. A declaração foi feita no podcast Um Assado para…, do jornalista Duda Garbi, e emocionou torcedores da Raposa.
Empréstimo milionário e apoio aos funcionários esquecidos
“Eu vou te falar uma coisa que ninguém sabe. Eu tive que fazer um empréstimo para poder ajudar o Cruzeiro. Eu me endividei com juros baixos para poder ajudar o Cruzeiro”, contou Moreno. O valor, segundo ele, foi de R$ 22 milhões, quantia que ele considerava essencial para cobrir rombos críticos da gestão.
Além disso, o “Flecheiro Azul” destacou que, em paralelo ao esforço financeiro, também ajudava diretamente os funcionários que estavam com salários atrasados há até cinco meses. Por isso, sua atitude foi além do campo, impactando pessoas que mantinham o clube funcionando nos bastidores. “A conta chega, cara. E quem é humilde, quem ganha um salário mínimo, o cara vai sentir uma conta de água, uma conta de luz”, relembrou.
Uma ajuda movida por amor e gratidão
Vale destacar que Marcelo Moreno deixou claro que todas essas ações partiram do carinho que nutre pelo Cruzeiro e pelos profissionais do clube. “Eu ajudava com amor, não tinha nada em troca… A maior felicidade é que o cara venha feliz para o trabalho.”
Sendo assim, o ex-jogador reforça o valor das relações humanas dentro do futebol. Com isso, sua atitude passou a ser reconhecida por muitos funcionários que até hoje o consideram um amigo e herói silencioso do período mais turbulento da história celeste.
Três passagens marcantes com amor à camisa
Marcelo Moreno teve três passagens pelo Cruzeiro. Em 2008, foi artilheiro da Libertadores. Em 2014, conquistou o Brasileirão. E entre 2020 e 2021, viveu o drama da reconstrução. Portanto, sua história vai além dos gols: é feita de lealdade, coragem e entrega fora das quatro linhas.
Dessa maneira, fica o registro de um gesto raro no futebol moderno de alguém que, mesmo longe dos holofotes, fez mais do que muitos dirigentes. Isso porque amar um clube é, também, cuidar das pessoas que o fazem existir.