Saúl Ñíguez é o novo reforço do Flamengo para o meio-campo. O jogador espanhol de 30 anos desembarcou no Rio de Janeiro na noite de terça-feira (22) e assinou contrato de três temporadas com o clube nesta quarta (23). Revelado pelo Atlético de Madrid e com passagens por Chelsea, Rayo Vallecano, Sevilla e Real Madrid nas categorias de base, o meio-campista se junta à equipe comandada por Filipe Luís, com quem atuou por mais de quatro temporadas na Espanha.
Ainda que tenha uma trajetória vitoriosa — com sete títulos pelo Atlético de Madrid e um Mundial de Clubes pelo Chelsea —, Saúl chega ao Flamengo em um momento de reconstrução pessoal e técnica. Em sua última temporada no Sevilla, foi capitão com apenas três jogos disputados e, mesmo após lesão muscular, conseguiu retomar ritmo na segunda metade do campeonato. Segundo Felipe Melo, a torcida rubro-negra deve ajustar as expectativas: “Não é o atleta de uma década atrás… Mas é muito bom jogador e pode se destacar”.
O comentarista também pontuou a diferença no estilo de jogo entre os clubes. “No Sevilla, ele fez um campeonato pífio… Agora é um time que é protagonista e vai dar aquilo que ele gosta: bola no pé”, avaliou Felipe Melo durante participação no programa Seleção SporTV.
A chegada de Saúl responde a uma lacuna deixada no elenco após a saída de Everton Ribeiro e a ausência de De La Cruz. Segundo André Rizek, a comissão técnica identificava a necessidade de um meia com características distintas. “Pode ser o Saúl. Um jogador diferente dos que o Flamengo tem. Um meia como o Gerson, que vinha jogando”, afirmou o comentarista.
A trajetória de Saúl é marcada por superações. Em 2015, sofreu uma forte pancada no abdômen durante jogo da Liga dos Campeões contra o Bayer Leverkusen e foi diagnosticado com traumatismo renal. Jogou por quase dois anos com um cateter interno, lidando com dores abdominais constantes e sangramento urinário. “Havia sangue na minha urina, era estranho e por vezes sentia umas dores agudas”, relembrou o jogador sobre o episódio.
No campo, sua versatilidade sempre chamou atenção. Capaz de atuar como volante, meia, ponta direita ou até lateral, Saúl teve essa característica tanto valorizada quanto questionada. A utilização recorrente em posições diferentes foi um dos motivos que gerou desconforto com Diego Simeone no Atlético de Madrid e resultou em empréstimos para Chelsea e Sevilla. “Hoje em dia, olhando para trás, eu teria preferido jogar em apenas uma posição”, comentou o jogador, em entrevista passada.
Com 427 jogos e 48 gols pelo Atlético de Madrid, Saúl reencontra no Ninho do Urubu o ex-companheiro Filipe Luís, agora em nova função. Em 2023, quando o lateral anunciou sua aposentadoria, o meia fez questão de homenageá-lo: “Estou muito orgulhoso de você e de ter compartilhado juntos parte dela. Obrigado por tudo. Muita sorte no que vier pela frente”.
