quarta-feira, agosto 6, 2025
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Flamengo: a declaração de Filipe Luís sobre o que ‘dava para fazer de diferente’ no Mundial

Técnico enfatizou a disparidade técnica entre os clubes durante a derrota rubro-negra por 4 a 2, na Copa do Mundo de Clubes

Filipe Luís não fez rodeios para tentar justificar a derrota do Flamengo para o Bayern de Munique, por 4 a 2, em Miami, na tarde do último domingo (30). O técnico simplificou os fatos destacando a disparidade entre os elencos e reiterando o orgulho em seu time, sem deixar brechas para devaneios sobre o ‘se tivesse feito diferente’.

“É um time superior a nós, simples assim”, declarou o técnico ao analisar o revés por 4 a 2 nas oitavas de final.

Durante a coletiva concedida após a partida, o treinador minimizou o impacto das falhas pontuais cometidas por sua equipe e destacou a força do adversário. “Se dava para fazer, nunca saberemos. O jogo que todo mundo imagina, com outras peças, nunca vai acontecer, já foi”, afirmou, evidenciando que, mesmo com uma proposta ofensiva bem executada em certos momentos, a distância entre os elencos foi determinante.

Pressão insustentável e controle alemão

No entendimento de Filipe, a estratégia montada foi eficiente até onde pôde. O time conseguiu avançar com a posse em algumas ocasiões, mas esbarrou em uma defesa que neutralizava todas as tentativas de progressão.

“Temos um plano onde os laterais passam. Se você não consegue superar a marcação, o lateral não passa. Temos um plano de atacar o espaço. Se o zagueiro defende e tem uma qualidade defensiva tão grande que não deixa seu atacante nem correr, porque ele é tão forte e rápido, ele te domina”, detalhou.

O treinador também expôs como a pressão pós-perda exercida pelos bávaros inviabilizava qualquer respiro da equipe carioca. “Eles te levam ao território, deixam incômodo em campo. Não consegue sair pelo chão, não consegue pela bola longa. Porque ele é melhor. E não é vergonha reconhecer”, completou.

Diferença estrutural e limitações do cenário

Ao comentar sobre como reduzir essa disparidade, o técnico foi taxativo. “O que fazer para que isso não seja assim? Não vender jogadores. Impossível. Se o Vinicius Junior não tivesse saído, hoje teríamos o melhor jogador do mundo jogando com a gente”, lamentou.

Para Filipe, essa evasão de talentos impede que clubes sul-americanos consigam competir de igual para igual com potências europeias.

Além disso, o treinador destacou que o entrosamento do Bayern em duelos de alto nível é outro fator que pesa. “Esses jogadores estão acostumados. Primeiro pelo nível técnico e qualidade individual que eles têm, depois os clubes que jogam, as competições que lutam todos os anos, levam a ser jogadores da absoluta elite”, analisou.

Diagnóstico lúcido e foco renovado

Filipe também demonstrou orgulho pelo desempenho de seus comandados. “Fizeram grande jogo, são muito bons, já sabíamos disso. Nesse nível, qualquer erro, eles não perdoam”, disse. O comandante enfatizou que sua equipe seguiu fiel à proposta de jogo e que, mesmo diante das dificuldades, houve entrega e coragem.

A queda no torneio mundial deixa o clube agora concentrado nas três frentes restantes. A equipe carioca lidera o Brasileirão e segue viva na Copa do Brasil e na Libertadores. A reapresentação ocorrerá após o retorno ao Rio de Janeiro, previsto para a manhã de terça-feira (01 de julho).