A disputa política no Flamengo trouxe à tona um novo capítulo na indefinição sobre o projeto do estádio próprio. Uma reunião do conselho deliberativo está agendada para segunda-feira (11 de agosto), e o encontro deve selar a posição da atual diretoria em relação à proposta de construção da arena na região central do Rio de Janeiro. O foco principal será a discussão sobre a renovação da concessão do Maracanã, que segue sob gestão compartilhada com o Fluminense.
A iniciativa de construir um estádio próprio ganhou força na gestão de Rodolfo Landim, que adquiriu o terreno do Gasômetro junto à Caixa Econômica Federal. Contudo, a diretoria atual, liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, indicará no encontro que não vê viabilidade econômica no projeto. A expectativa é que a administração apresente dados que sustentem a manutenção da parceria com o Maracanã, em vez de seguir com a nova arena.
A possível mudança de direção irritou Landim, que criticou duramente a gestão vigente em participação no “Penido’s Podcast”, na segunda-feira (04 de agosto). Segundo ele, há um movimento dentro do clube para barrar de forma definitiva a proposta. “Eu tenho absoluta certeza que a atual diretoria do Flamengo não tem interesse em acelerar o processo, nem de fazer o estádio. Nenhum”.
Landim foi além, ao afirmar que as decisões tomadas atualmente são intencionais. “Não é só procrastinação, é matar o projeto, o que eu acho que é pior”, declarou, ao justificar sua oposição à atual gestão nas últimas eleições do clube.
Além das divergências internas, o projeto enfrenta obstáculos técnicos. O terreno do Gasômetro apresenta desafios relacionados à contaminação e à existência de dutos subterrâneos. Para que as obras avancem, é necessário o envio de um projeto de lei à Câmara dos Vereadores pelo prefeito Eduardo Paes. De acordo com Landim, isso só ocorrerá se o clube der sinais de que pretende levar adiante a construção. “Basta o prefeito dizer o seguinte: ‘olha, cansei’. […] Você vai ter que ir lá e negociar com a Caixa para levantar o dinheiro e devolver o terreno”.
Apesar das críticas, recentemente Eduardo Paes encaminhou um ofício se comprometendo com a retirada de um gasoduto do terreno, o que permitiria avanços iniciais no processo de viabilização da arena.
Assim, o debate sobre o estádio do Flamengo se intensifica, agora envolto em desacordos internos, entraves legais e desconfiança quanto à execução do projeto. Enquanto isso, a concessão do Maracanã se consolida como caminho mais seguro no curto prazo.
