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Saída de Gerson dividiu opiniões entre a diretoria do Flamengo; veja detalhes

A saída de Gerson deixa marcas na estrutura diretiva rubro-negra e sinaliza desafios na busca por reposição no elenco

O Flamengo oficializou, na terça-feira (01), a venda de Gerson ao Zenit, da Rússia, em uma transação que envolveu o pagamento imediato de 25 milhões de euros, cerca de R$ 160 milhões. O montante foi creditado à vista na conta do clube carioca horas após o meio-campista retornar ao Rio de Janeiro, logo depois da eliminação na Copa do Mundo de Clubes.

O acordo entre o jogador e o time russo já estava firmado há cerca de um mês. Contudo, diante da aproximação do Al-Nassr, da Arábia Saudita, que apresentou proposta superior, o Zenit acelerou o depósito com receio de perder o atleta.

Apesar do assédio saudita, Gerson optou por manter o compromisso com os russos, mesmo tendo recebido ligações do técnico Jorge Jesus, com quem tem forte ligação pessoal.

Cláusula reduzida gera atrito entre dirigentes

Embora a negociação tenha sido concluída de forma célere e com pagamento integral, a redução da multa rescisória realizada no início deste ano durante a renovação contratual dividiu opiniões internamente. “A ideia era justamente viabilizar uma venda à vista”, revelou um dirigente ligado ao departamento de futebol.

Conforme integrantes da gestão, a revisão do valor da cláusula foi uma medida estratégica. A expectativa era de que o atleta e seu estafe permaneceriam trazendo propostas e, por isso, o clube preferiu facilitar uma saída definitiva, sem parcelamentos ou comissões, ao invés de aguardar uma valorização posterior.

Parte da diretoria discorda do desfecho

Apesar de alguns dirigentes considerarem o negócio vantajoso, outra ala do alto escalão rubro-negro demonstrou insatisfação. “O jogador poderia se valorizar após o Mundial e render ainda mais recursos”, afirmou uma fonte contrária à condução do processo.

Entre os que discordam da negociação, o entendimento é que o desempenho do meio-campista contra o Bayern de Munique reforçou sua capacidade de atuar em alto nível no futebol europeu, além de garantir visibilidade junto à comissão técnica da Seleção Brasileira, comandada por Carlo Ancelotti.

Atuação no Mundial também é ponto de debate

A participação de Gerson na competição intercontinental também gerou análise entre os dirigentes. Alguns enxergaram limitações técnicas, como a falta de finalizações e dificuldades ao chutar com as duas pernas. Entretanto, seus defensores sustentam que o desempenho foi positivo, sobretudo na partida diante da equipe alemã, e suficiente para manter seu nome no radar de convocações nacionais.

Clima de ruptura e despedida definitiva

A decisão pela liberação de forma inegociável marcou o encerramento do ciclo do camisa 8, que anteriormente havia retornado ao clube após passagem pelo próprio Zenit. Diferentemente de outras transações, o adeus desta vez foi tratado como uma ruptura definitiva.

“O casamento com o clube do coração termina de forma mais melancólica”, apontou uma fonte do clube, sinalizando que um novo retorno não é previsto no curto prazo.

Divergências revelam tensões nos bastidores

O episódio escancarou fissuras internas e a falta de consenso na condução da política de transferências. A repercussão da venda expôs divergências que vão além do campo esportivo e evidenciam um debate estrutural sobre valorização de ativos, gestão de contratos e planejamento estratégico.

Apesar do encerramento da negociação, a saída de Gerson deixa marcas na estrutura diretiva e sinaliza desafios na busca por reposição no elenco.