A atuação da arbitragem no duelo entre Flamengo e Atlético-MG, realizado no domingo (27 de julho) pelo Campeonato Brasileiro, voltou a ser pauta após a divulgação oficial do áudio do VAR pela CBF. O lance que gerou mais controvérsia envolveu o volante Fausto Vera, do Atlético, que derrubou Gonzalo Plata em uma jogada promissora de ataque. Inicialmente marcada como pênalti, a infração acabou sendo revisada e reposicionada para fora da área, sem que houvesse a aplicação do cartão vermelho, o que gerou reclamação por parte dos rubro-negros.
A revisão do lance aconteceu após a chamada do VAR, comandado por Márcio Henrique de Gois. O árbitro Ramon Abatti Abel foi alertado de que a falta havia ocorrido fora da área e que não se configurava uma situação clara de gol — conhecida na arbitragem como DOGSO (Negação de uma Oportunidade Clara de Gol). A justificativa apresentada foi de que o domínio da bola por parte de Plata não era direcionado ao gol e que havia um defensor do Atlético em condições de disputar a jogada.
Durante o diálogo, o árbitro ouviu de Gois: “Houve a infração. Porém, não há possibilidade de DOGSO no entendimento da cabine. O domínio vem para trás e ele perde a verticalidade”. Em resposta, Abatti Abel afirmou: “OK, vou voltar com tiro livre direto e cartão amarelo porque tem um defensor que tem possibilidade de dominar a bola”.
A decisão causou indignação entre os jogadores do Flamengo, que pressionaram o árbitro ainda em campo. O técnico Filipe Luís também demonstrou insatisfação ao se dirigir ao quarto árbitro na saída para o intervalo. A principal queixa foi quanto à não aplicação do cartão vermelho a Fausto Vera, visto por parte dos jogadores como o último defensor no lance.
Apesar da polêmica, o Flamengo venceu por 1 a 0, com gol de cabeça de Léo Ortiz no segundo tempo. Com o resultado, o time chegou aos 36 pontos e assumiu a liderança do Brasileirão. Já o Atlético-MG permaneceu com 20 pontos, na 13ª colocação.
Especialistas em arbitragem também analisaram o episódio. No programa “Fechamento sportv”, o comentarista PC Oliveira concordou com a decisão de não expulsão, argumentando: “Não é um domínio orientado para frente, em direção ao goleiro. Ele domina para o meio, e quando a falta se concretiza, a bola ficou para trás. E você tem a presença de outros defensores”.
Em meio às reclamações, Flamengo e Atlético-MG voltam a se enfrentar nesta quinta-feira (31 de julho), às 21h30 (horário de Brasília), pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O confronto será novamente disputado no Maracanã.