O Fluminense se prepara para encarar o Chelsea na semifinal do Mundial de Clubes nesta terça-feira (8), às 16h (horário de Brasília), em confronto que reúne não apenas diferentes estilos de jogo, mas também realidades econômicas e percepções externas contrastantes.
Revelado pelas categorias de base do próprio Fluminense, o atacante João Pedro, atualmente no Chelsea, comentou sobre o reencontro com o clube onde iniciou sua trajetória. Em entrevista à Cazé TV, ele revelou que mantém contato com ex-companheiros: “Tenho alguns amigos tricolores que já me mandaram mensagem. Dando parabéns, mas avisando que na próxima rodada tem o Fluminense”.
O atacante, que estreou recentemente pelo Chelsea, destacou sua rápida adaptação à equipe inglesa: “Eu estava bastante focado. Tenho que aproveitar a chance que o professor (Enzo Maresca) vai me dando. Já conheço o time, faz um tempo que estou na Inglaterra”. Além disso, ele relatou que mesmo durante as férias manteve os treinos físicos para estar pronto: “O professor Enzo tinha me dito que eu poderia jogar uns 20 minutos, acabei jogando um pouco mais. Eu estava muito bem preparado”.

Contudo, enquanto o reencontro promete um componente emocional para João Pedro, a imprensa inglesa adota um tom cético em relação ao desempenho do Fluminense. Segundo análise da ESPN do Reino Unido, o clube carioca foi apontado como o mais fraco entre os quatro representantes brasileiros no torneio. Para o jornalista Mark Ogden, “o Chelsea enfrentará, sem dúvida, o mais fraco dos quatro times brasileiros”.
Essa visão desvalorizada contrasta com a campanha do time de Renato Gaúcho, que já alcançou as semifinais e garantiu mais de R$ 300 milhões em premiações. Caso avance à final, o clube poderá ultrapassar os R$ 400 milhões em receitas na competição.
Do ponto de vista financeiro, o abismo entre o Fluminense e seus rivais europeus no Mundial é notável. De acordo com levantamento da consultoria Deloitte, o Real Madrid arrecada em 22 dias o que o clube brasileiro consegue em um ano inteiro. O Chelsea, adversário direto na semifinal, possui receitas totais de R$ 3,44 bilhões por temporada, enquanto o Fluminense atinge R$ 166 milhões em direitos de TV, R$ 99,1 milhões com bilheteria e R$ 78,3 milhões em patrocínios.
Portanto, além das questões técnicas e táticas que envolvem o duelo, a semifinal carrega simbolismos de superação e disparidade. O Fluminense, mesmo com menor respaldo financeiro e sendo subestimado por parte da mídia europeia, tentará transformar a desconfiança em motivação diante de um adversário reconhecidamente poderoso.