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Fluminense quase comprou clube no exterior; entenda

Em 2013, o Fluminense esteve próximo de concretizar um projeto ousado: adquirir uma franquia de futebol nos Estados Unidos. A proposta fazia parte do planejamento internacional da gestão de Peter Siemsen, presidente do clube entre 2011 e 2016, a fim de ampliar as fontes de receita. O plano visava a compra de um time da segunda divisão norte-americana, especificamente nas cidades de Charlotte ou Jacksonville.

Segundo Siemsen, a ideia era estruturar um clube-satélite, aproveitando o grande número de jogadores revelados nas categorias de base do Fluminense. “Pensamos que, depois que a nossa base estivesse reestruturada, em adquirir um clube ou ter um time satélite no mercado internacional”, afirmou. Os Estados Unidos foram escolhidos, principalmente, por serem um mercado em crescimento e pela boa receptividade à marca tricolor após a participação na criação da Florida Cup.

O projeto chegou a ser apresentado nos Estados Unidos durante um evento promovido pela Latin American Business Association. A proposta incluía o uso do nome do Fluminense na equipe e o envio de funcionários para compor a estrutura do novo clube. O foco não era entrar imediatamente na Major League Soccer (MLS), mas sim em ligas como a NASL ou a USL, com investimentos considerados acessíveis à época.

O principal articulador ao lado de Siemsen foi Ricardo Villar, ex-jogador profissional nos EUA e atualmente dirigente do setor esportivo no país. “Charlotte foi a principal cidade cogitada. O negócio estava aberto, e o valor da franquia era em torno de 500 mil dólares”, relembrou Villar, destacando que os custos para migrar posteriormente à MLS seriam significativamente mais altos.

Contudo, a negociação não evoluiu por falta de um investidor. Diante disso, o clube redirecionou seus esforços para o futebol europeu e firmou parceria com o SFK Samorín, da Eslováquia. A colaboração com o clube eslovaco durou até 2019 e rendeu frutos com atletas como Evanílson e Marlon Freitas, ambos aproveitados no elenco profissional.

“Foi uma decisão estratégica”, comentou Villar. “Apesar do projeto nos Estados Unidos não ter seguido, a experiência foi valiosa. O Fluminense sempre manteve uma postura correta e profissional, com visão moderna de mercado”, completou. A tentativa, embora não concluída, demonstrou o pioneirismo do clube carioca em iniciativas de internacionalização.