Contratado para reforçar o setor criativo do Fluminense, o argentino Lucho Acosta desembarcou no Brasil no início de agosto. Após passagens pelo futebol dos Estados Unidos e do México, o meia chega ao clube carioca em meio a um momento de reformulação no meio-campo, sobretudo após a saída de Jhon Arias para o Wolverhampton, da Inglaterra.
O jogador de 31 anos foi apresentado oficialmente na quinta-feira (21 de agosto), no CT Carlos Castilho, e já fez sua estreia na partida de ida das oitavas de final da Sul-Americana, contra o América de Cali. Embora tenha atuado por apenas 22 minutos, iniciou o período de adaptação ao estilo de jogo brasileiro, mais intenso e com maior frequência de partidas em comparação à Major League Soccer (MLS), onde atuava pelo FC Dallas.
Ainda em fase de integração ao elenco, o camisa 32 reconheceu os desafios físicos e táticos impostos pelo futebol nacional. De acordo com o técnico Renato Gaúcho, tanto Acosta quanto Santi Moreno estão passando por um processo gradual de ambientação.
“Sim, obviamente todas as ligas são diferentes. Ritmos diferentes, sistema de jogo. Fisicamente, tem muito mais trabalho aqui, mais jogos. Essa é a diferença. Mas tanto Santi como eu vínhamos treinando bastante, estávamos jogando. É um pouco complicado, mas aos poucos vamos chegar lá”.
Ainda sobre o processo de adaptação, Acosta revelou ter conversado com Renato Gaúcho sobre onde se sente mais confortável para atuar.
“Eu joguei como armador muito tempo, como 10. É uma posição que no futebol vai desaparecendo aos poucos. Creio que jogadores como Ganso vão mantendo ela viva. Disse ao treinador que me sinto confortável jogando como um terceiro volante, joguei assim no futebol mexicano, argentino e na MLS. Tenho esse sacrifício de ajudar a defender tanto quanto atacar. Se for necessário, estarei à disposição”.
Ainda em relação a Ganso, ele foi questionado sobre a concorrência com o camisa 10, mostrando respeito e admiração: “Ninguém pode substituir Ganso. Admiro muito como jogador. Para mim, e disse assim que cheguei, impossível substituir ele. É um ídolo para mim e estar jogando ao lado dele é um orgulho grandíssimo”.
Durante a coletiva de apresentação, Acosta mencionou o impacto positivo que a participação do Fluminense no Mundial de Clubes teve sobre sua decisão de aceitar a proposta do clube. Segundo ele, o desempenho da equipe nos Estados Unidos foi determinante:
“Como argentino, amante do futebol, assisto muito ao futebol brasileiro. A imagem do Fluminense cresceu muito no Mundial de Clubes, fizeram um grande trabalho. Eu vi todos os jogos e foi sim algo que pesou na decisão. Ver a maneira como o Fluminense jogou foi algo que me motivou a vir para cá”.
Apesar da baixa estatura — ele tem 1,61m —, o meia tratou o tema com bom humor ao comentar sobre a comparação com Soteldo, companheiro de time: “Só vou falar que me medi com o Soteldo e sou um pouco mais alto (risos). Para os torcedores. Sobre isso, não posso fazer nada. Eu treino e foco em outras coisas. Fisicamente, obviamente há defensores muito altos, eu enfrentei muitos”.
Com contrato assinado até 2028, a negociação custou aproximadamente R$ 22 milhões aos cofres tricolores. Desde 2021, Acosta disputou 173 jogos, marcou 61 gols e deu 54 assistências. Assim, o argentino chega com expectativa de assumir papel relevante no meio-campo, principalmente diante da ausência prolongada de Ganso, que ainda busca ritmo após cirurgia no coração.
A estreia do jogador no Campeonato Brasileiro poderá ocorrer no sábado (23 de agosto), às 16 horas (horário de Brasília), diante do Bragantino.