A fase instável do Grêmio não passou despercebida por quem conhece profundamente a história do clube. Ídolo da torcida e ex-capitão da equipe, o ex-meia Tcheco fez duras críticas ao atual momento do Tricolor em entrevista à Rádio Gaúcha. Vale destacar que suas palavras ecoaram com força entre torcedores e analistas, principalmente por tocar em pontos delicados: perda de identidade e excesso de estrangeiros.
“O Grêmio perdeu um pouco da sua forma histórica de jogar. Quando o Renato alterou isso, ele tinha lastro para isso. Ele conhecia o clube e tinha apoio. Qualquer outro treinador não teria essa margem”, disse Tcheco, referindo-se às mudanças táticas implantadas por Renato Portaluppi em suas passagens anteriores.
Isso porque, segundo o ex-jogador, o sucesso do estilo mais técnico só foi possível graças à identificação de Renato com o clube. Fora desse contexto, a tentativa de mudança de filosofia teria gerado confusão e perda de rumo.
Estrangeiros em excesso e escolhas questionáveis
Outro ponto levantado por Tcheco é o número elevado de atletas estrangeiros no elenco. Atualmente, o Grêmio conta com nove jogadores de fora do país, o limite permitido por jogo segundo a CBF. Por isso, atletas como Carballo, Cristaldo e Amuzu estão entre os nomes cotados para deixar o grupo.
“Esses jogadores já não são da primeira prateleira. Isso reduz o espaço dos brasileiros. Acho que o Grêmio tem errado muito nessas escolhas”, criticou Tcheco. Sendo assim, ele defende uma reformulação que valorize mais os talentos nacionais e resgate a essência competitiva do clube.
Experiência como jogador e treinador reforça o peso da crítica
Cabe ressaltar que Tcheco não fala apenas como ex-atleta. Atualmente técnico, ele tem uma visão mais ampla sobre gestão e montagem de elenco. Com isso, suas críticas ganham ainda mais relevância, especialmente pela relação de confiança que construiu com o técnico Mano Menezes desde a campanha da Libertadores de 2007.
Dessa maneira, o alerta de Tcheco reacende o debate sobre os caminhos que o Grêmio vem trilhando. Além disso, sinaliza que o clube precisa repensar seu planejamento, não apenas dentro de campo, mas em sua identidade. Desse jeito, talvez reencontre a solidez que o consagrou como um dos gigantes do futebol brasileiro.