Revelados como pilares ofensivos no planejamento do Internacional para a temporada, Rafael Borré e Enner Valencia ainda não corresponderam à expectativa criada em torno de suas contratações. A dupla soma um longo período de baixa produtividade no ataque e enfrenta críticas recorrentes por parte dos torcedores.
O duelo contra o Fluminense, na noite de quarta-feira (06), às 21h30 (horário de Brasília), no Maracanã, é visto como uma oportunidade crucial para reverter essa imagem.
O colombiano, que balançou as redes pela última vez no triunfo por 2 a 1 sobre o Santos, em 23 de julho, está há 227 minutos sem marcar. Já o equatoriano acumula um jejum ainda maior: são 788 minutos sem gols, com o último tento datado de 6 de abril, na vitória sobre o Cruzeiro.
Ambos iniciaram como titulares na derrota para o São Paulo, no Beira-Rio, mas não finalizaram nenhuma vez na meta adversária.
Fluminense reabre ferida e reacende expectativa
A reedição do confronto com o time carioca remete diretamente à semifinal da Libertadores de 2024, quando Valencia desperdiçou chances claras de gol no Beira-Rio. O reencontro, portanto, não apenas carrega a carga emocional daquele episódio, como também oferece ao atacante a possibilidade de reescrever sua trajetória no clube.
Borré demonstrou autoconsciência diante da pressão: “Somos conscientes e realistas da responsabilidade, eu principalmente. Assumo que tenho de melhorar individualmente e ter o melhor rendimento para que quarta consigamos uma vitória e nos dê a alegria que necessitamos”.
Ambiente tenso e Roger Machado no centro da crise
A má fase do Inter afeta também o comando técnico. Após a segunda derrota consecutiva no Brasileirão, Roger Machado foi vaiado já na divulgação da escalação e voltou a ser cobrado após o revés por 2 a 1 para o São Paulo.
Em entrevista coletiva, ele se mostrou ciente da instabilidade, mas afirmou se sentir respaldado pela diretoria. “Me sinto extremamente prestigiado, trabalhando muito, buscando soluções. Vou estar sempre motivado”, declarou.
A diretoria confirmou a permanência do treinador até o jogo contra o Fluminense, mas não garantiu a continuidade do trabalho em caso de nova eliminação. José Olavo Bisol, vice de futebol, foi direto ao comentar as cobranças internas após o último resultado:
“Fizemos a cobrança de todos com suas responsabilidades, de treinar, jogar e dirigir. Todos se cobraram”.
Números expõem queda de rendimento
No acumulado de 2025, Enner Valencia participou de 28 partidas, sendo titular em 16. Marcou sete gols e contribuiu com uma assistência, mas vive uma sequência de 15 jogos sem marcar. Já Rafael Borré tem 27 jogos, 19 deles como titular, seis gols e três assistências.
Ambos receberam, juntos, oito cartões amarelos ao longo da temporada.
Com a derrota no jogo de ida, o Colorado precisa vencer por dois gols de diferença no Maracanã para avançar às quartas de final da Copa do Brasil. Caso triunfe por um gol, a decisão será nos pênaltis.
Nesse cenário de tensão e instabilidade, o desempenho dos dois atacantes pode ser determinante não só para a continuidade do time no torneio, mas também para o futuro do técnico Roger Machado.