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Fernando Carvalho é sincero ao falar sobre as finanças do Internacional

O Internacional teve seu balanço financeiro de 2024 aprovado pelo Conselho Deliberativo, em abril deste ano, mesmo apresentando um déficit significativo. A reunião que analisou os números contou com a presença de 236 conselheiros no Salão Nobre do Beira-Rio. Dentre eles, 131 votaram a favor sem ressalvas, 52 com ressalvas, 14 rejeitaram e outros 34 se abstiveram.

O clube encerrou o ano passado com um prejuízo de R$ 34,4 milhões. Este resultado marcou o primeiro déficit da atual gestão de Alessandro Barcellos, que vinha registrando superávit desde o início de seu mandato. Conforme apresentado por Aldoir Pinzkoski Filho, executivo de finanças, parte do impacto negativo se deve à enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. O episódio climático causou um rombo de R$ 86,2 milhões aos cofres colorados, embora R$ 18,9 milhões tenham sido recuperados por meio de seguro, apoio da CBF e ações para reduzir inadimplência.

Ainda assim, a direção tentou mitigar os prejuízos com diversas medidas. Entre elas, o fortalecimento do valor de mercado do elenco profissional, maior engajamento da torcida — que elevou a arrecadação com sócios em relação a 2023 — e cortes de despesas operacionais. Contudo, essas ações não foram suficientes para compensar o aumento de 39% nas despesas com o futebol, conforme relatório do Conselho Fiscal.

A situação econômica mais rígida também influencia diretamente o planejamento esportivo. Segundo análise publicada pela Revista Colorada, o clube enfrenta dificuldades para competir financeiramente com outras equipes do país, especialmente aquelas que se tornaram SAF ou contam com maiores investimentos, como Botafogo, Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro.

Diante desse cenário, o ex-presidente Fernando Carvalho avaliou que o momento exige cautela e responsabilidade. “Não existe milagre. É preciso gestão responsável, redução de dívidas e cumprimento de compromissos. Vai demorar”, afirmou. Ele ainda alertou para os riscos de decisões apressadas: “Se tentar resolver tudo de imediato, o clube vai acabar tomando decisões erradas. É preciso ser realista”.