A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que irá manter o calendário atual até o fim da temporada, mas prepara uma série de mudanças estruturais a serem implementadas nos próximos dois anos. A principal motivação, segundo a entidade, é adequar o cronograma nacional às exigências das datas internacionais da FIFA e da Conmebol, além de atender aos pedidos recorrentes de clubes e jogadores por uma agenda menos sobrecarregada.
Atualmente à frente da CBF, Samir Xaud adiantou que o novo calendário está sendo elaborado com base em um planejamento que prioriza a redução de partidas, a recuperação física dos atletas e o alinhamento com compromissos internacionais. Conforme anunciado, o modelo reformulado deve ser apresentado em aproximadamente 50 dias, com a promessa de estar mais ajustado à realidade dos clubes brasileiros.
“Estamos trabalhando focados no calendário do futebol brasileiro. Precisamos atender às datas da FIFA e da Conmebol, e então montar o nosso próprio. Vamos concluir o calendário de 2025”, declarou Xaud em entrevista ao programa Seleção SporTV.
Entre as alterações previstas, destaca-se a diminuição do número de datas disponíveis para os campeonatos estaduais. A partir da próxima temporada, torneios que envolvem clubes das Séries A e B deverão ser disputados em até 11 datas. Estados com equipes fora dessas divisões poderão flexibilizar seus formatos, conforme a necessidade local.
“A redução dos estaduais era uma missão da CBF. Eu vim fazer um trabalho diferente e colocar o futebol brasileiro de volta a onde nunca deveria ter saído. Já dialoguei com os presidentes de federações. A decisão está tomada. São 11 datas, e as federações terão que se adequar”, afirmou o presidente da CBF.
A CBF também descartou a criação de uma Série E como solução para a ociosidade de clubes sem calendário nacional. A estratégia, segundo Xaud, será conceder maior liberdade às federações para ajustar os campeonatos regionais em função da realidade de cada estado.
Outras competições organizadas pela entidade também passarão por reformulações. A Série D do Campeonato Brasileiro será ampliada, assim como a Copa do Brasil, que deverá sofrer mudanças em seu formato. Além disso, a Copa do Nordeste e a Copa Verde estão no radar da CBF para ajustes a partir de 2026.
“A Copa do Brasil é uma das principais competições nossas, a mais eclética. É a que dá mais oportunidade para clubes menores e a que mais paga bem. A ideia é fortalecer ainda mais a competição”, comentou Xaud ao ser questionado sobre o futuro do torneio.
Por fim, a CBF negocia com a Conmebol a substituição das duas vagas brasileiras na fase preliminar da Libertadores por uma vaga direta na fase de grupos. A proposta visa reduzir o impacto logístico da participação dos clubes e otimizar o tempo de preparação durante a temporada.