O Palmeiras construiu, ao longo dos últimos anos, um modelo de valorização das categorias de base que, afinal, se reflete tanto em campo quanto nos contratos firmados. Atualmente, o clube protege jovens promessas com multas rescisórias elevadas, sobretudo para o mercado exterior, enquanto tenta integrá-las gradualmente ao elenco profissional comandado por Abel Ferreira.
O contexto ganha força porque o Verdão enfrenta um cenário de desfalques relevantes no Campeonato Brasileiro. Convocações, suspensões e lesões abriram espaço, assim sendo, para que atletas formados internamente apareçam como alternativas imediatas. Nesse sentido, o duelo contra o Juventude surge como oportunidade para observação de jovens que já se destacam na base e em seleções nacionais.
Entre esses nomes, primeiramente, aparecem quatro jogadores com contratos longos e cláusulas expressivas: Gilberto, Coutinho, Erick Belé e Luighi. Todos estavam recentemente com a seleção brasileira sub-20 e, apesar da eliminação no Mundial da categoria, retornaram ao clube com status de opções viáveis. O planejamento, portanto, envolve cautela, mas também utilização pontual conforme a necessidade do elenco.
Erick Belé é a joia mais valorizada do grupo. Desde 2018 no clube, o meia-atacante de 18 anos coleciona títulos e números expressivos. A multa para clubes do exterior chega a 150 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 654 milhões. Após estrear no profissional, Abel Ferreira tratou de ponderar expectativas.
“Tem que colocar gelo na expectativa dos torcedores. Uma coisa é jogar no sub-20 e outra no principal. Há tempo de maturação, tempo para crescer conosco, para pegar velocidade e intensidade para jogar no profissional.”
Gilberto, lateral-direito de 20 anos, é um caso emblemático. Revelado pelas categorias de base, o jogador soma números consistentes na temporada, com assistências e gols, embora ainda aguarde a estreia no profissional. A concorrência no setor, anteriormente, atrasou essa chance. Contudo, seu contrato até dezembro de 2027 e a multa de 60 milhões de euros mostram o cuidado do clube com o ativo.
Coutinho, meio-campista canhoto de 19 anos, igualmente chama atenção. No Palmeiras desde 2021, ele acumula partidas regulares na base e participação relevante com a seleção sub-20. Além disso, já decidiu jogo internacional, o que reforça sua versatilidade. O vínculo vai até fevereiro de 2027, com multa também fixada em 60 milhões de euros.
Luighi completa o quarteto. O atacante, já conhecido pelos torcedores, alternou entre profissional e sub-20 ao longo da temporada. Embora tenha participado do elenco principal, voltou à base para manter ritmo. Seu contrato vai até dezembro de 2029, com multa de 60 milhões de euros, o que demonstra confiança no desenvolvimento gradual.
Além deles, outros jovens podem ser relacionados, como Riquelme Fillipi, Robson, Arthur, Luis Pacheco, Heittor e Larson. Assim, o Palmeiras segue apostando, sobretudo, na força de sua base, equilibrando necessidade imediata e proteção patrimonial, enquanto administra o processo de transição com cautela e método.
