A classificação do Palmeiras para as quartas de final do Mundial de Clubes da Fifa foi marcada tanto pelo desempenho em campo quanto pelos bastidores que envolvem a condição física de Paulinho. O atacante, autor de um dos gols que ajudaram o clube a avançar no torneio, precisará passar por uma nova cirurgia na perna após a competição.
Revelado anteriormente como um reforço de destaque na temporada, Paulinho chegou ao Palmeiras em recuperação de uma fratura por estresse na tíbia. O chefe do departamento médico do clube, Pedro Pontin, explicou que o jogador já apresentava sintomas desde o ano passado e foi submetido a uma cirurgia antes mesmo de se integrar ao elenco alviverde. “Ele veio de uma equipe que havia diagnosticado essa reação de estresse. Jogou por um bom tempo com limitações”, afirmou o médico.

O tratamento inicial seguiu dentro do previsto. O atleta passou pelos estágios de recondicionamento físico e, posteriormente, voltou aos treinos e jogos com controle rigoroso de carga. Ainda assim, conforme Pontin relatou, o jogador voltou a sentir dores durante os treinos e partidas. “Mesmo com toda a cautela, os sintomas persistiram. E isso, inevitavelmente, compromete a performance”, declarou.
Por isso, a comissão técnica, o departamento médico e o próprio Paulinho decidiram interromper temporariamente o processo de reabilitação para que fosse feita uma nova intervenção cirúrgica. “Aqui a gente não quer que ele passe uma temporada se desgastando ou jogando em risco. A decisão foi retroceder um pouco para avançar com mais segurança”, destacou Pontin.
O novo procedimento será mais robusto. Segundo o médico, será utilizado um implante mais resistente para suportar a carga dos treinos e jogos. A ele será associado um enxerto ósseo, proveniente do próprio corpo do atleta. “Essa combinação vai garantir maior estabilidade ao osso e proteger o jogador de novas lesões”, explicou o responsável pelo acompanhamento clínico.
Enquanto Paulinho se prepara para essa nova etapa fora dos gramados, o Palmeiras celebra a classificação no Mundial, que, aliás, trouxe também impacto financeiro. A vaga entre os oito melhores clubes do torneio garante ao time, assim como ao Fluminense, o maior prêmio distribuído no calendário internacional para equipes brasileiras. Afinal, os valores pagos pela Fifa superam, inclusive, as premiações da Libertadores, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. A conquista, portanto, não se restringe ao campo: representa visibilidade, projeção e, sobretudo, reforço no planejamento esportivo e financeiro dos clubes.