Paulinho sofre desde 2024 com uma fratura por estresse na tíbia direita, diagnosticada quando ainda atuava pelo Atlético-MG. Mesmo com a gravidade da lesão, ele optou por seguir atuando à base de injeções.
Apenas em dezembro daquele ano, o atacante passou por cirurgia, sendo afastado por cerca de quatro meses. O retorno aos gramados aconteceu em abril de 2025, já com a camisa do Palmeiras.
Detalhes da limitação
A fratura por estresse na tíbia, conforme explicou o médico Adriano Leonardi, é uma microfissura causada por sobrecarga repetitiva. Essa condição é comum entre atletas de alto impacto e tende a piorar se não for tratada adequadamente.
“Quanto mais corre, mais estressa e mais machuca”, revelou o próprio jogador após a classificação contra o Botafogo.
Segundo o especialista, o osso da canela é fundamental para atividades como correr e saltar, pois sustenta o peso corporal. Quando o processo de cicatrização falha ou se torna lento, há risco de progressão para fratura completa.
Paulinho ainda sente dores frequentes, apesar da primeira cirurgia, e já está confirmada uma nova intervenção após o término da Copa do Mundo de Clubes.
Situação atual no clube
O camisa 10 palmeirense tem atuado com minutagem controlada. A comissão técnica estipulou um limite de 30 minutos por partida. Mesmo assim, ele foi decisivo no duelo contra o Botafogo, pelas oitavas de final do torneio internacional.
Entrou aos 17 do segundo tempo, jogou até os 12 da prorrogação, marcou o gol da vitória e foi substituído logo em seguida por Micael.
“O treinador está fazendo de tudo para me fazer pertencente ao grupo neste momento difícil”, declarou o jogador, ainda em meio ao tratamento. Abel Ferreira, técnico do clube, confirmou a necessidade de novo procedimento: “Foi para isso que ele veio: jogar 15 minutos e resolver”.
Processo de reabilitação e expectativas
A recuperação padrão para esse tipo de lesão, quando há cirurgia, varia entre quatro e oito meses. A nova operação deve envolver fixação com parafusos ou placas, além da possibilidade de enxerto ósseo. Essa conduta é indicada em casos de consolidação incompleta, dores crônicas ou pseudoartrose, condição em que a fratura não cicatriza corretamente.
A decisão por um segundo procedimento pode estar associada à tentativa de retorno precoce à rotina de treinos, algo que o Palmeiras buscou evitar, mas não foi suficiente para evitar complicações. Uma avaliação divulgada pelo perfil do jornalista Luis Heat destacou que fatores como o biotipo ósseo, falha de cicatrização ou erros na fixação inicial também podem ter contribuído para a recorrência do problema.
Contribuição em meio à adversidade
Contratado por 18 milhões de euros (cerca de R$ 115 milhões à época), o atacante soma 15 partidas pelo Palmeiras, com apenas uma como titular. Marcou três gols e deu duas assistências. “É o descanso, saber o momento certo para eu poder mostrar e produzir tudo aquilo que eu sei”, resumiu o próprio atleta.
Ainda que não atue os 90 minutos, seu desempenho em momentos decisivos tem sido elogiado por colegas e comissão. Emiliano Martínez, por exemplo, declarou: “A gente sabe que classe de jogador é, estamos aproveitando o máximo possível”.
Próximos passos
A nova cirurgia está prevista para ocorrer após o Mundial. Enquanto isso, o clube monitora sua carga de trabalho e prioriza a preservação do atacante. O confronto contra o Chelsea, marcado para sexta-feira (04 de julho), às 22h (horário de Brasília), nas quartas de final do torneio, será mais uma oportunidade para o camisa 10 contribuir pontualmente dentro de suas limitações.