quarta-feira, agosto 13, 2025
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Vídeo: Leila Pereira manda recado para rivais do Palmeiras: “Não vou”

Leila Pereira volta a falar sobre a importância do Fair Play Financeiro e detona clubes inadimplentes que competem de maneira igualitária com quem compra e paga em dia

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reforçou sua posição em defesa da transformação dos clubes brasileiros em Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Durante evento promovido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na segunda-feira (11 de agosto), no Rio de Janeiro, a dirigente participou das discussões sobre a implantação de um sistema de fair play financeiro no país, e aproveitou para cobrar mais responsabilidade das agremiações e seus gestores.

“Eu defendo isso na Liga e eu acho que temos que ter um campeonato mais igualitário. Mas, eu não vou dividir o bolo com clubes que não pagam a ninguém. Então, aí não é possível, tirar do meu dinheiro para pagar clubes inadimplentes. Ai não dá. Por isso que eu acho que, a primeira coisa que tem que ser feita para se pensar em LIBRA é resolver esse problema da inadimplência dos clubes”, disse.

Ainda durante o evento, a presidente do Palmeiras criticou a recorrente inadimplência de alguns clubes no cenário nacional e a falta de punições efetivas. Ela destacou que, mesmo com planejamento financeiro e cumprimento de obrigações, o Palmeiras acaba sendo prejudicado esportivamente por adversários que não seguem as mesmas práticas. “Somos desclassificados por clubes que não pagam ninguém”, disparou, em referência à recente eliminação do time para o Corinthians na Copa do Brasil.

A dirigente cobrou a aplicação prática das regras de equilíbrio financeiro, criticando a incoerência entre o discurso e as atitudes de outras diretorias. “Verbalmente, todos dizem que estão de acordo (com o fair play financeiro), mas na prática não implementam o que acham que é correto. O que é correto é: comprar e pagar. O Palmeiras compra e paga”, afirmou.

A dirigente entende que o modelo associativo é ultrapassado, principalmente por não permitir que os administradores respondam diretamente por seus atos. Ela avalia que a figura de um dono tornaria o sistema mais justo e equilibrado. “Eu acho que a grande solução dos clubes é virar SAF. Porque, com o dono, a responsabilidade é do dono”, afirmou. Ao mesmo tempo, garantiu que não pretende modificar o estatuto do clube alviverde em sua gestão, que se encerra no fim de 2027.

Embora apoie a adoção da SAF como caminho para o futuro do futebol brasileiro, Leila deixou claro que não tem qualquer intenção de tornar-se proprietária do Palmeiras, mesmo que o clube passe por esse processo. “Não, nunca. Não. Se o Palmeiras algum dia, que eu não acredito […] se transformasse em SAF, eu não investiria”, declarou de forma categórica.

Segundo Leila, o atual modelo permite que dirigentes deixem dívidas para os sucessores, sem qualquer consequência legal ou patrimonial. “Nunca vi presidentes de clubes associativos serem penalizados, condenados”, completou. Para ela, um modelo com responsabilidade direta e punições seria fundamental para o avanço institucional do futebol brasileiro.

Ao final, reforçou que, enquanto estiver à frente do Palmeiras, vai priorizar a estabilidade financeira e a defesa dos interesses do clube. “Sempre vou lutar com unhas e dentes para o melhor para o clube, sempre pagando em dia as nossas obrigações”.