Walter Casagrande voltou a comentar sobre o futuro de Neymar com a camisa da Seleção Brasileira. Para o ex-jogador e atual comentarista esportivo, o retorno do camisa 10 do Santos ao time comandado por Carlo Ancelotti dependerá menos da qualidade técnica e mais de uma mudança comportamental significativa.
Durante participação no UOL News Esporte, Casagrande foi direto ao afirmar que Neymar só terá chance de disputar a Copa do Mundo de 2026 se abandonar a postura que, segundo ele, o coloca acima dos demais. “Ele tem que demonstrar espírito de luta, jogar pelo time, respeitar a hierarquia. Não pode se achar mais que os outros jogadores”, declarou.
O ex-atacante também fez críticas ao histórico de privilégios que Neymar teria recebido com treinadores anteriores. Casagrande citou especificamente o período com Tite, afirmando que esse tipo de tratamento diferenciado não tem mais espaço na seleção de Ancelotti — tampouco nas principais seleções do mundo. “Olha a França, mesmo com Mbappé. É um time coletivo. A Espanha com Yamal e Nico Willians também. E o Cristiano Ronaldo hoje se coloca em igualdade com os jogadores de Portugal”, reforçou.
Carlo Ancelotti, por sua vez, adotou um discurso mais conciliador. Após a vitória da Seleção sobre o Paraguai, pelas Eliminatórias, o treinador falou brevemente sobre a visita de Neymar ao hotel da delegação e reconheceu o potencial do jogador. “Quando estiver bem, ele poderá jogar em qualquer lugar do campo. Poderia fazer a mesma função de Matheus Cunha, como o número 10”, apontou.
Neymar acompanhou a partida diante dos paraguaios na Neo Química Arena e demonstrou entusiasmo com a possibilidade de voltar a atuar pela Seleção. “É um dos maiores da história. Nós jogadores temos que aproveitar”, afirmou sobre Ancelotti. O atacante também fez questão de demonstrar respeito ao grupo atual. “Fico feliz de ver todos. O que eu puder fazer pela Seleção Brasileira, vou fazer.”
Ainda se recuperando para atingir a forma física ideal, o jogador deixou claro que sua intenção é estar à disposição nas próximas convocações. Os próximos compromissos do Brasil pelas Eliminatórias estão marcados para os dias 9 e 14 de setembro, contra Chile e Bolívia. “Eu sempre estive perto da Seleção. Os treinadores podem confirmar isso. Preciso voltar ao meu 100%. Vou me dedicar bastante para voltar muito bem”, declarou.
A possível volta de Neymar ao grupo de Ancelotti, portanto, passa por uma avaliação mais ampla do que apenas o desempenho técnico. O comportamento dentro e fora de campo, bem como o comprometimento com o coletivo, parecem ser hoje os principais critérios para uma nova oportunidade com a amarelinha.