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A declaração de Galvão Bueno envolvendo, Pelé e Neymar, do Santos

Derrota do Santos por 6 a 0 diante do Vasco gera pedidos de desculpas de Galvão Bueno, críticas de Neto e defesa pública de Fernando Diniz a Neymar

A goleada sofrida pelo Santos diante do Vasco, por 6 a 0, continua repercutindo no futebol brasileiro. Além da derrota histórica, as reações em campo e fora dele renderam desdobramentos que envolveram Neymar, Galvão Bueno, Fernando Diniz e o ex-jogador Neto.

O camisa 10 santista, visivelmente abalado após o apito final, chorou no gramado e concedeu entrevista coletiva em que destacou o direito dos torcedores de protestarem, desde que sem violência. A fala, contudo, foi mal interpretada por Galvão Bueno, que entendeu de forma oposta durante seu programa.

Neymar chora após goleada sofrida pelo Santos (Foto: Reprodução)

Ao perceber o erro, o narrador admitiu a falha e fez questão de se desculpar publicamente. “Desculpe, Neymar. O que ele não pode fazer é como fez no jogo da Vila Belmiro em que bateu boca com o torcedor. Volto a repetir a frase e pedir desculpas ao Neymar. O meu retorno na transmissão não estava bem (ajustado). Eu tinha entendido que ele tinha falado que o torcedor não poderia ofender. Desculpe. Alguém diga ao Neymar que peço desculpas”.

Posteriormente, Galvão lembrou uma lição de Pelé como referência de comportamento. “Quero falar a frase do Pelé sobre o dia que ele ficou discutindo com os torcedores. O Pelé me disse uma vez: ‘Nós vivemos do carinho deles. Então, nós temos a obrigação de sermos eternamente carinhosos com eles’. Esse era Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Primeiro e único”.

Enquanto isso, o apresentador Neto criticou duramente tanto a reação de Neymar quanto a postura de Fernando Diniz após o apito final. Para ele, o treinador do Vasco tratou o atacante com excessiva condescendência. “O cara chora no meio do campo e é abraçado pelo treinador, que baba ovo para ele. O Fernando Diniz nunca xingou os ‘grandão’. Nunca xingou o Daniel Alves e ninguém da seleção. No jogo, ele chamou os caras de medrosos. Foi 6 a 0 para o Vasco”.

Em defesa de sua atitude, Diniz explicou que buscou oferecer apoio em um momento de fragilidade do jogador. “Eu tenho uma relação com o Neymar. A gente conviveu poucos momentos presencialmente, quase todos na seleção. Mas eu tenho um gostar muito verdadeiro em relação ao Neymar. Acho que ele é um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, não só do futebol brasileiro. É um talento exuberante, sempre falo que é uma aberração. Tenho um carinho muito genuíno, vou torcer a vida inteira para que esteja bem, não só no futebol, como na sua vida pessoal”.

O episódio trouxe ainda comparações feitas por Neto com a Copa do Mundo de 2014, quando Thiago Silva foi amplamente criticado por chorar antes de uma disputa de pênaltis. Para o ex-jogador, Neymar recebeu tratamento mais brando. “É duro perder de 6 a 0, mas não é o fim do mundo. Nós, todos os brasileiros, quase acabamos com a vida do Thiago Silva. O cara que é líder não pode chorar de uma maneira falsa. O cara saiu chorando e desesperado. Volta com sete brincos de diamante, e que ele tem todo o direito de ter. Foi o primeiro cara que saiu e, logo em seguida, veio a informação que o Cleber Xavier, sozinho, foi mandado embora. Não foi o filho do Tite e nem o preparador físico. Ele sai, dá entrevista, cai o treinador, e tá tudo bem?!”.

Assim, a goleada no Morumbis não apenas representou um duro golpe esportivo para o Santos, mas desencadeou um debate sobre liderança, postura em campo e a relação de craques com torcedores e treinadores.