sexta-feira, junho 20, 2025
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Na cadeia, Robinho vira “parça” de hacker que atacou sistema do governo

O hacker Walter Delgatti Neto, condenado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele foi sentenciado a 8 anos e 3 meses de prisão, após o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir o julgamento do caso no início de junho. Delgatti havia sido preso preventivamente em agosto de 2023 e, com o fim dos recursos, passou a cumprir pena em regime fechado.

Delgatti foi condenado juntamente com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), acusada de encomendar a invasão do sistema. A parlamentar foi sentenciada a 10 anos de prisão e à perda de mandato, mas está atualmente foragida na Itália. Seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol, e o governo brasileiro já solicitou formalmente sua extradição.

Na unidade prisional, conhecida por abrigar detentos de grande notoriedade pública, o hacker convive com figuras envolvidas em crimes de ampla repercussão. Entre eles estão o ex-jogador Robinho, condenado por estupro na Itália e preso no Brasil desde março de 2025; o ex-médico Roger Abdelmassih, sentenciado por estupros de pacientes; o empresário Thiago Brennand, acusado de agredir mulheres; e Fernando Sastre Filho, investigado por envolvimento na morte de um motorista de aplicativo.

Conforme relato de seu advogado, Ariovaldo Moreira, Delgatti mantém uma rotina que inclui partidas de futebol com Robinho no pátio da penitenciária, conversas sobre política com outros presos e até trocas de refeições. “Eles se aproximaram pela rotina e pelo ambiente compartilhado”, explicou o defensor. Além disso, o hacker estaria aprendendo a jogar xadrez com um ex-prefeito preso e divide cela com um homem acusado de feminicídio.

Anteriormente, Delgatti também havia sido condenado, em primeira instância, a 20 anos de prisão por invadir os celulares de autoridades da Operação Lava Jato — caso conhecido como Operação Spoofing. Entretanto, ele ainda responde em liberdade nesse processo, aguardando julgamento em segunda instância.

Atualmente, na penitenciária de Tremembé, o hacker aguarda por uma vaga de trabalho interno na unidade.