A diretoria do Santos encerrou, na quarta-feira (20 de agosto), as negociações para o retorno de Jorge Sampaoli ao comando técnico da equipe. Embora o argentino estivesse aberto à possibilidade de reassumir o clube, as condições exigidas por ele foram consideradas inviáveis no atual contexto financeiro do Peixe.
A princípio, o contato entre Sampaoli e o Santos teve início após a derrota para o Vasco, quando a diretoria buscava uma alternativa para substituir Cléber Xavier. O treinador, que foi vice-campeão brasileiro em 2019 à frente do próprio Santos, declarou carinho pelo clube e pela cidade, mas apontou limitações estruturais como impeditivos para um eventual acerto.
Durante a negociação, Sampaoli solicitou a contratação de três reforços considerados essenciais para implementar seu estilo de jogo. De acordo com ele, essas adições seriam determinantes para tornar o elenco competitivo. No entanto, sem garantias de que essas peças chegariam, optou por recuar.
“Tivemos contato com o clube depois do jogo contra o Vasco, tiramos tempo para analisar o time, ver o que poderíamos ajudar o clube a sair da situação incômoda que está. Eu tenho um carinho pela cidade e pelo clube, amo muito, seria irresponsável da minha parte fazer algo que prejudique o clube”, declarou o treinador argentino.
Em outro momento, ele reforçou a motivação por trás da decisão: “Lamento não poder ajudar, mas preciso ser honesto e sinceramente entendi que minha responsabilidade me fez tomar a decisão que sem esse tipo de jogador, com qualidade, minha presença seria prejudicial”.
Além dos pedidos por reforços, Sampaoli também teria feito outras exigências relacionadas à estrutura do clube. Ele indicou a intenção de afastar jogadores revelados pelas categorias de base, com a justificativa de que ainda não estariam prontos para o nível de exigência, e teria sugerido mudanças no departamento médico — algo que a diretoria considerou de difícil execução no curto prazo.
A recusa do Santos em atender às demandas culminou na interrupção do processo. Internamente, segundo relatos apurados, a postura do técnico gerou desconforto, principalmente pela falta de firmeza em alguns pontos. Uma fonte do clube revelou: “Você faz o esforço, mostra para ele, e ele recua. Daqui a pouco não quer mais o jogador que ele mesmo indicou. Dá a impressão de que fez de tudo para não vir”.
Com o fim das tratativas, o clube voltou suas atenções para Juan Pablo Vojvoda, ex-Fortaleza, que tem perfil menos exigente e está livre no mercado. Ele passou a ser o principal alvo da diretoria santista neste momento.