Em meio a uma série de desafios administrativos e financeiros, o Santos traça estratégias para manter a estabilidade dentro e fora de campo. O clube, que atravessa um momento delicado em sua estrutura financeira, articula medidas jurídicas e esportivas para garantir sua competitividade no restante da temporada.
Atualmente, a equipe lida com três dívidas relacionadas a contratações de atletas e comissões técnicas, que somam R$ 43,7 milhões. A mais urgente envolve o pagamento de 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 15,9 milhões) ao Arouca, de Portugal, pela aquisição do zagueiro João Basso. A Fifa já emitiu sentença condenatória, mas o departamento jurídico do Santos optou por recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) a fim de suspender temporariamente as sanções, como o risco de transfer ban na janela de transferências do meio do ano.
Outra pendência envolve o pagamento de 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 12,8 milhões) ao Monaco, referente à negociação do volante Jean Lucas. O clube brasileiro já requisitou esclarecimentos formais à Fifa e, após recebê-los, também pretende levar o caso ao TAS. Já em âmbito nacional, o Santos se comprometeu com um plano de pagamento de R$ 42 milhões por meio da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), da CBF. Até junho, R$ 2 milhões foram quitados.
Além das dívidas com clubes, há também uma disputa com a comissão técnica de Pedro Caixinha, demitido em abril. O grupo cobra cerca de R$ 15 milhões por multas rescisórias que, segundo a Fifa, deveriam ser pagas à vista. A audiência está marcada para agosto e, caso condenado, o Santos pretende seguir o mesmo caminho jurídico: recorrer ao TAS.
Enquanto resolve essas questões nos bastidores, o clube também lida com impasses no calendário esportivo. O clássico contra o Palmeiras, válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, estava inicialmente agendado para este fim de semana na Vila Belmiro, mas foi adiado. A CBF justificou que a partida não havia sido marcada oficialmente e que ainda aguarda a definição de uma nova data, com consenso entre os clubes. O Santos, entretanto, demonstrou insatisfação com a mudança, especialmente pela possibilidade de perder jogadores convocados em caso de novo agendamento durante uma Data Fifa.
Em paralelo, a equipe se prepara para disputar um amistoso nesta quinta-feira (10 de julho), às 21h30 (horário de Brasília), contra a Desportiva Ferroviária, no estádio Kleber Andrade, em Cariacica. A partida faz parte da programação da Vitória Cup e deve marcar o retorno de Neymar aos gramados, o que aumenta a expectativa dos torcedores para o evento.
Diante desse cenário, o Santos busca equilíbrio entre a reorganização financeira e a manutenção do desempenho esportivo. Embora o clube enfrente dificuldades estruturais, a diretoria aposta em recursos jurídicos e ajustes no calendário para manter o time em atividade e em condições de competir.
