O São Paulo vive um momento delicado após sofrer uma goleada histórica no Campeonato Brasileiro. A derrota por 6 a 0 para o Fluminense, na noite de quinta-feira (27), no Maracanã, desencadeou uma série de manifestações dentro e fora do clube, evidenciando a crise interna e a pressão sobre a diretoria.
A partida marcou o reencontro do time paulista com o técnico Luis Zubeldía, ex-comandante da equipe, agora à frente do Fluminense. O resultado foi construído ainda na primeira etapa, quando o São Paulo sofreu três gols em menos de 25 minutos. Na segunda metade do jogo, a equipe carioca manteve o ritmo e completou o placar, ampliando a gravidade do revés.
Logo após o apito final, o executivo de futebol Rui Costa foi o único dirigente são-paulino a conceder entrevista, e descreveu o ambiente no vestiário tricolor como de total abatimento: “O vestiário está em absoluto silêncio, em respeitoso silêncio pela vergonha que passamos aqui”.
Em seguida, ele reforçou o compromisso do clube com sua torcida. “Vim aqui antes do Crespo. Era fundamental em respeito ao torcedor diante do que aconteceu hoje. Nós temos que estar aqui falando, pedindo desculpas quantas vezes forem necessárias”.
O presidente Julio Casares e os diretores Carlos Belmonte e Nelson Ferreira não acompanharam a delegação no Rio de Janeiro. Segundo informações internas, a ausência foi uma decisão estratégica, embora outros membros da gestão, como Marcio Carlomagno e Fernando Chapecó, tenham viajado com o grupo.
Ao fim do embate, o volante Luiz Gustavo também se pronunciou de forma contundente, cobrando mudanças internas: “Merece de uma vez por todas começar a ter uma direção, um plano claro”.
O técnico Hernán Crespo, por sua vez, evitou polemizar sobre as críticas, mas reconheceu a frustração da torcida. “Acho que o que aconteceu esta noite… a torcida, todo mundo, não merecia passar por isso”.
A derrota, além de ser a segunda mais elástica sofrida pelo São Paulo neste século, inviabilizou qualquer possibilidade de classificação direta à Copa Libertadores. Para disputar a fase preliminar, a equipe dependerá de uma combinação de resultados envolvendo Cruzeiro e Fluminense na final da Copa do Brasil.
Com o clima tenso e cobranças crescentes, o clube decidiu mandar a próxima partida, contra o Internacional, fora do Morumbis. O jogo será disputado na Vila Belmiro, na quarta-feira (03), às 20 horas (horário de Brasília), numa tentativa da diretoria de evitar protestos diante do momento vivido.
O São Paulo encerra sua participação como visitante contra o Vitória, no domingo (07), às 16 horas (horário de Brasília), em Salvador. Até lá, a pressão seguirá intensa por respostas dentro e fora de campo.
