Após a eliminação do Vasco na Copa Sul-Americana, a tensão entre elenco e arquibancada se intensificou. O empate por 1 a 1 com o Independiente del Valle, na noite de terça-feira (22), em São Januário, decretou a eliminação do time carioca, que havia sido derrotado por 4 a 0 na ida, no Equador. A frustração da torcida foi evidente, com vaias durante e após o jogo, especialmente direcionadas ao zagueiro João Victor.
A reação negativa aumentou quando o defensor foi questionado sobre as críticas da torcida. Sem demonstrar autocrítica, ele respondeu: “Eles têm que confiar. Não posso fazer nada. Tem que confiar na gente, porque se não confiar é pior para nós”. O comentário, visto como insensível por parte dos torcedores, gerou forte repercussão nas redes sociais e foi interpretado como uma falta de comprometimento com o momento vivido pelo clube.
João Victor, que já vinha sendo alvo constante de protestos, inclusive no CT Moacyr Barbosa, tentou contribuir com uma assistência no gol de empate marcado por Vegetti. Contudo, o desempenho defensivo da equipe e a postura do jogador acabaram pesando mais na avaliação dos torcedores, que exigem mudanças urgentes no elenco.
Por outro lado, outros atletas adotaram um discurso mais conciliador. O centroavante Vegetti reconheceu a insatisfação da torcida e reforçou a importância do grupo manter o foco nos objetivos da temporada. “Temos que seguir trabalhando. A gente tem que acreditar no que vem fazendo. Era muito difícil, mas no primeiro tempo fizemos de tudo para virar o jogo”.
Na mesma linha, o goleiro Léo Jardim ressaltou sua confiança no projeto vascaíno, lembrando que renovou contrato recentemente. “Eu renovei com o clube, as pessoas vão achar que é só por dinheiro, mas não, eu realmente acredito, acredito no projeto, no professor Diniz, no trabalho que o Pedrinho junto com o Felipe vêm fazendo”.
O volante Tchê Tchê também defendeu a postura do elenco. Em sua fala, assumiu a responsabilidade pelo desempenho e pediu calma neste momento de crise. “É pedir desculpa agora, não abaixar a cabeça, cabeça erguida, a gente deu o nosso melhor, não foi o necessário para que a gente passasse”.
Enquanto isso, o clima nos bastidores segue pressionado. A eliminação agravou a situação de um time que já convive com instabilidade no Brasileirão. A equipe volta a campo no domingo (27), às 18h30 (horário de Brasília), contra o Internacional, no Beira-Rio. Em seguida, encara o CSA pela Copa do Brasil, na terça-feira (30), às 19 horas (horário de Brasília).
