Roberto Barbosa, conhecido como Betinho, foi desligado do Vasco após protagonizar um episódio de violência contra um torcedor em Brasília, em maio deste ano. O fato ocorreu durante a chegada da delegação cruz-maltina ao hotel onde a equipe se hospedaria para a partida contra o Palmeiras, válida pelo Campeonato Brasileiro.
Segundo o motoboy Vinícius Couto, vítima da agressão, o segurança teria reagido de forma violenta a um protesto direcionado ao então diretor técnico e treinador interino Felipe.
“Nós estávamos protestando contra o nosso diretor técnico Felipe, e o senhor Betinho, valentão, veio contra mim e me desferiu vários socos, principalmente a cabeçada ali. Uma covardia”.
O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo que registrou a sequência de agressões físicas, com socos e uma cabeçada. No mesmo dia, o Vasco afastou o segurança para apuração interna. Dias depois, anunciou oficialmente sua demissão.
Processo trabalhista e acusações contra o clube
Agora ex-funcionário, Betinho ingressou com uma ação na Justiça do Trabalho contra o Vasco, alegando, entre outras questões, assédio moral, ausência de vínculo empregatício formal, falta de pagamento de horas extras e não recebimento das verbas rescisórias.
Na ação, ele afirma ter acumulado múltiplas funções ao longo do tempo, como a segurança do elenco em viagens e a supervisão do centro de treinamentos.
Ainda segundo ele, também era encarregado do relacionamento com as torcidas organizadas, tarefa que, segundo relatado, resultou em uma série de problemas de saúde.
Alegações de danos à saúde e valor da ação
Betinho descreveu, no processo, sintomas como crises de ansiedade, insônia, falta de ar, resfriados constantes, crises de ácido úrico e fortes dores no tornozelo. Afirmou que tais problemas decorrem do ambiente de trabalho e da pressão imposta pelas responsabilidades que exercia.
Por essas razões, ele solicita uma indenização de aproximadamente R$ 780 mil, valor que inclui as supostas verbas não pagas e compensações por danos psicológicos e físicos alegadamente sofridos durante o período em que esteve a serviço do clube.
Incidente anterior e histórico de conflitos
O episódio em Brasília não foi o primeiro envolvendo Betinho em situações de confronto. No ano anterior, ele se envolveu em uma briga com jogadores e funcionários do Athletico-PR, no estádio de São Januário.
Na ocasião, foi punido com 30 dias de suspensão pela 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).