Em uma partida marcada por polêmicas, o empate por 1 a 1 entre Internacional e Vasco, no domingo (27), no Beira-Rio, ganhou destaque pela expulsão inusitada do goleiro Léo Jardim. O arqueiro cruz-maltino recebeu dois cartões amarelos por retardar o reinício da partida, o que foi interpretado como cera pela arbitragem.
A advertência inicial ocorreu aos 24 minutos do segundo tempo, após o goleiro demorar para repor a bola em jogo. Posteriormente, aos 38, Léo Jardim voltou a parar o jogo, desta vez alegando dores e permanecendo no chão. Após advertência verbal e insistência para que se levantasse, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza aplicou o segundo amarelo, seguido do vermelho, gerando forte reação da equipe carioca.
Durante o pós-jogo, Renata Ruel, comentarista de arbitragem da ESPN, considerou a expulsão incomum. Segundo ela, “o árbitro não tem como saber se é uma lesão grave ou não”. A especialista criticou o critério adotado e afirmou que “normalmente os árbitros aplicam cartão amarelo por cera quando o jogador enrola para bater uma falta ou tiro de meta, não por pedir atendimento médico”.
A arbitragem foi alvo de duras críticas do Vasco. Em nota oficial divulgada após o confronto, o clube questionou se a atitude do juiz foi fruto de erro ou incompetência. “Quando os equívocos da arbitragem se repetem e tiram, de forma direta, quatro pontos consecutivos do Vasco da Gama, essa pergunta precisa ser respondida, com urgência, por quem comanda a arbitragem brasileira”, diz um trecho do comunicado.
A expulsão mudou a configuração do jogo, que estava 1 a 0 para o Vasco até aquele momento. O técnico Fernando Diniz teve de sacar um atacante para colocar o goleiro reserva, Daniel Fuzzato. Pouco depois, aos 45 minutos, o Internacional chegou ao empate com gol de Carbonero.
Apesar da expulsão, o resultado final tirou o Vasco da zona de rebaixamento, igualando os 15 pontos do Santos, mas ficando à frente pelo saldo de gols. Entretanto, a controvérsia ainda ecoa entre os torcedores e dirigentes, que prometem levar a queixa à CBF.
Na súmula oficial, o árbitro justificou a decisão afirmando que o jogador “caiu ao solo sem motivo aparente”, mesmo após orientações suas e do assistente para que retomasse o jogo. Ele também acrescentou que o goleiro “retardou o reinício da partida de maneira desrespeitosa”, não utilizando o tempo disponível durante a substituição para ser atendido.
Enquanto isso, o clube carioca volta a campo na quarta-feira (30 de julho), às 19 horas (horário de Brasília), pela Copa do Brasil, diante do CSA.