Diante de seu atual cenário financeiro, o Vasco formalizou, na quinta-feira (17 de julho), um pedido na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O objetivo é obter autorização para antecipar os valores das parcelas ainda pendentes referentes às vendas dos atacantes Clayton e Luca Orellano. Como o clube está em processo de recuperação judicial, qualquer movimentação desse tipo depende de autorização da Justiça.
Clayton foi negociado com o Rio Ave, de Portugal, em uma operação que ainda garante ao Vasco dois pagamentos de 1 milhão de euros. As parcelas estão previstas para os dias 1º de setembro de 2026 e 1º de setembro de 2027, somando aproximadamente R$ 12,9 milhões. Já Orellano, atualmente no Cincinnati, dos Estados Unidos, rendeu um acordo que prevê o pagamento de US$ 1,5 milhão (R$ 8,3 milhões) com vencimento marcado para 31 de janeiro de 2026.
O pedido do clube, apresentado formalmente por meio de seus advogados, visa transformar os créditos futuros em valores disponíveis de imediato. Essa estratégia, contudo, implicaria em uma operação financeira com custos variáveis: entre 9% e 15,3% ao ano no caso de valores em euros, e de 11,6% a 15% ao ano em dólar.
No documento entregue ao tribunal, o Vasco argumenta que a antecipação se justifica pela necessidade de arcar com compromissos operacionais e projetos emergenciais que exigem liquidez imediata. Segundo trecho do processo, “essa opção mostra-se especialmente relevante em situações nas quais a recuperanda enfrenta dívidas acumuladas ou necessita realizar projetos urgentes, como o pagamento de despesas correntes e manutenção da operação”.
O clube ainda ressaltou no pedido judicial que o tempo é fator determinante: “a liquidez imediata dos recursos permite à empresa responder rapidamente a suas necessidades financeiras, evitar custos adicionais e aproveitar oportunidades que podem se perder com a demora. Adiar o recebimento implica risco e perda de valor, especialmente em contextos de instabilidade econômica e urgência operacional”.
Esse movimento ocorre em paralelo a outras iniciativas da diretoria vascaína para reequilibrar as contas e fortalecer o elenco para a sequência da temporada. O pedido ainda aguarda análise e deliberação da juíza responsável pelo caso.
Assim, enquanto o processo tramita na Justiça, o Vasco tenta garantir meios de reforçar seu caixa em meio ao contexto delicado vivido desde que entrou em regime de recuperação judicial, condição que demanda cada vez mais medidas estratégicas e imediatas por parte da gestão.