O Liverpool alcançou um marco inédito em sua história ao ultrapassar a marca de R$ 2,2 bilhões em contratações na janela de transferências do meio do ano. Com a chegada do atacante Hugo Ekitike, ex-Eintracht Frankfurt, por 79 milhões de libras (aproximadamente R$ 593 milhões), o clube somou seu sétimo reforço para a temporada 2025/2026.
Anteriormente, a equipe inglesa já havia investido cifras elevadas para garantir Florian Wirtz (R$ 637 milhões), Milos Kerkez (R$ 300 milhões), Jeremie Frimpong (R$ 220 milhões), Giorgi Mamardashvili (R$ 227 milhões), Armin Pécsi (R$ 11 milhões) e Freddie Woodman, este último sem custos. Somadas, as contratações representam cerca de 300 milhões de libras, o que equivale a mais de R$ 2,2 bilhões.
Como os Reds se mantêm dentro das regras?
Embora o volume de investimentos impressione, o Liverpool tem operado dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Fair Play Financeiro da Premier League. As regras da liga estipulam que os clubes não podem ultrapassar prejuízo de 105 milhões de libras num ciclo de três anos, desde que haja contrapartida de capital.
Segundo o economista Cesar Grafietti, “o clube opera sempre dentro do orçamento e das receitas, então tem margem para ter prejuízo, e ainda assim atender às regras”.
Outro fator relevante é a geração de receita. O Liverpool arrecadou mais de 600 milhões de libras na temporada 2023/24 e deve ter ultrapassado a marca de 700 milhões na atual, conforme projeção do especialista Chris Weatherspoon. Ele afirmou que “as chegadas de Wirtz e Ekitike ocorrem num tempo em que o Liverpool registra receitas recordes”.
Além disso, a estrutura contratual prevê bônus vinculados ao desempenho dos jogadores. Isso permite ao clube adiar ou evitar pagamentos em caso de metas não atingidas, o que reduz o impacto imediato no orçamento.
Possíveis saídas para equilibrar as contas
Apesar de atuar com solidez financeira, o Liverpool também busca movimentações no mercado para reforçar seu caixa. Segundo o jornal The Sun, o clube tenta negociar Luis Díaz com o Bayern de Munique por 100 milhões de libras (cerca de R$ 750 milhões) e Darwin Núñez com o Al-Hilal, que ofereceu 65 milhões de libras (R$ 488 milhões).
Outros nomes como Andy Robertson, Ibrahima Konaté e Federico Chiesa também podem ser envolvidos em futuras negociações.
Alexander Isak entra no radar
Em paralelo às contratações já efetivadas, o Liverpool demonstrou interesse no atacante sueco Alexander Isak, do Newcastle. A proposta sinalizada foi de 120 milhões de libras (em torno de R$ 902 milhões), mas o clube de origem resiste à venda e só aceita negociá-lo por 150 milhões de libras (mais de R$ 1,1 bilhão).
O atleta ficou fora da viagem de pré-temporada pela Ásia, oficialmente por lesão, mas os bastidores apontam que o próprio jogador manifestou desejo de buscar uma transferência.
Isak viveu grande fase na última temporada, sendo o vice-artilheiro da Premier League com 23 gols e somando 27 gols em 42 partidas no total, além de ter conquistado a Copa da Liga Inglesa pelo Newcastle.
Liderança no mercado e planejamento agressivo
Segundo dados do site Transfermarkt, o Liverpool lidera o ranking de gastos nesta janela, com 353,8 milhões de euros. O Chelsea aparece em segundo lugar, com 243,7 milhões de euros, seguido por Real Madrid (167,5 milhões) e Manchester United (153,2 milhões).
Embora o clube tenha elevado drasticamente seus gastos em 2025/26, o histórico recente revela uma postura conservadora. Entre 2020 e 2025, o Liverpool figurou apenas na 14ª posição entre os clubes que mais investiram em reforços no mundo. Na última temporada, o time gastou apenas 12 milhões de euros e arrecadou 47 milhões com vendas.
Aspas e análises
Durante avaliação do cenário financeiro atual do clube, Chris Weatherspoon explicou:
“As chegadas de Wirtz e Ekitike ocorrem num tempo em que o Liverpool registra receitas recordes. O clube arrecadou mais de 600 milhões de libras pela primeira vez, em 2023/24.
Na temporada passada, o Liverpool deve ter superado os 700 milhões de libras em faturamento. Um novo recorde em 2025/26 parece provável”.
Já Cesar Grafietti, especialista em gestão esportiva, ressaltou: “Por isso o Liverpool tem tanta capacidade de contratações. Primeiro, porque não há limitações salariais; segundo, porque não há controles de dívidas; e por fim, porque o clube opera sempre dentro do orçamento e das receitas, então tem margem para ter prejuízo, e ainda assim atender às regras”.
