Durante o Mundial de Clubes de 2025, realizado nos Estados Unidos, as condições climáticas extremas tornaram-se um dos principais temas fora das quatro linhas. O meio-campista Enzo Fernández, do Chelsea, foi um dos atletas que mais vocalizaram a insatisfação com as temperaturas elevadas em diversas sedes do torneio, especialmente após a partida contra o Fluminense, válida pela semifinal.
Fernández, revelado pelo River Plate e atualmente peça central no meio-campo do clube inglês, foi titular em todas as partidas do Chelsea até a final contra o Paris Saint-Germain. O jogador sofreu com os efeitos do calor em campo e chegou a se deitar durante um lance devido à forte tontura. A experiência foi relatada em entrevista coletiva na véspera da decisão.
“Obrigado por fazer essa pergunta, porque o calor está insuportável. Outro dia (no jogo contra o Fluminense), fiquei um pouco tonto durante uma jogada. Tive que me deitar porque estava com muita tontura”, disse o argentino.
As críticas não se restringiram apenas aos jogadores. O técnico do Chelsea, Enzo Maresca, também expressou preocupação com a impossibilidade de realizar treinos em condições adequadas, especialmente em cidades como New Jersey, onde os termômetros chegaram a registrar 38 °C. Luis Enrique, treinador do PSG, compartilhou sentimento semelhante, apontando que “não é bom para o espetáculo”, após a vitória sobre o Real Madrid na semifinal.
O calor nos estádios também afetou torcedores e a performance coletiva das equipes. Fernández defendeu a necessidade de ajustes na programação dos jogos e sugeriu que o tema seja considerado desde já para a Copa do Mundo de 2026, que também ocorrerá em solo norte-americano. Segundo ele, partidas em horários mais amenos favoreceriam tanto a qualidade do espetáculo quanto a integridade física dos atletas.
“Jogar nessa temperatura é muito perigoso e prejudicial ao espetáculo, aos torcedores que vêm curtir o estádio e também aos que assistem em casa. A velocidade do jogo não é a mesma; tudo é muito lento. Esperemos que no ano que vem mudem a programação, pelo menos, para que seja um espetáculo e o futebol continue bonito e atraente”.
Diante das reclamações, a Fifpro, sindicato internacional de jogadores, chegou a sugerir que algumas partidas fossem adiadas, como o confronto entre Chelsea e ES Tunis, disputado sob calor extremo na Filadélfia. Já a Fifa afirmou ter implementado pausas de hidratação em 31 dos 54 jogos do torneio.
Outros atletas também se manifestaram. O zagueiro Levi Colwill, companheiro de Fernández no Chelsea, mencionou que chegou a sentir pena dos colegas em campo devido às altas temperaturas. O lateral-esquerdo Javi Galán, do Atlético de Madrid, descreveu a sensação térmica durante uma partida como “quase asfixiante”, destacando a dificuldade em manter o ritmo de jogo habitual.
Por fim, embora o Chelsea tenha adotado medidas como o uso de ventiladores industriais e sprays refrescantes em sua base de treinamentos na Pensilvânia, o calor continuou sendo um obstáculo considerável na campanha do clube inglês rumo à decisão continental.


