terça-feira, agosto 5, 2025
14.6 C
São Paulo

A declaração de Lula voltada para Juliana Marins

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou na manhã de quinta-feira (26) com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que morreu na Indonésia após sofrer uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, segundo maior vulcão do país.

Em declaração pública, Lula afirmou: “Conversei hoje por telefone com Manoel Marins para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor. Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil”.

Morta após acidente em trilha

Juliana foi encontrada sem vida na terça-feira (24), quatro dias após o início das buscas pelas autoridades locais. O resgate foi conduzido por agentes da Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas), e o corpo foi levado a Bali para realização de autópsia.

De acordo com laudo preliminar, a jovem morreu cerca de 20 minutos após sofrer trauma contundente, sem apresentar sinais de hipotermia.

A família da vítima, natural de Niterói, atribuiu responsabilidade à suposta lentidão das operações de salvamento. Em postagem nas redes sociais, escreveu: “Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva. Juliana merecia muito mais! Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece! Não desistam de Juliana!”.

Decisão inédita do governo

A atuação do governo federal gerou críticas nas redes sociais desde o início da tragédia. Isso porque, conforme o artigo 257 do decreto nº 9.199, de 2017, a assistência consular brasileira não inclui o pagamento de despesas com sepultamento ou traslado de corpos de cidadãos falecidos no exterior, salvo em circunstâncias excepcionais, como guerras ou desastres naturais.

Contudo, em pronunciamento realizado na tarde do mesmo dia, Lula declarou que revogará o decreto em vigor. “É um decreto de 2017. Quando chegar a Brasília, agora, vou revogar esse decreto e vou fazer um outro decreto para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas”, afirmou o chefe do Executivo.

Apoio municipal

Antes mesmo da decisão presidencial, a Prefeitura de Niterói havia sinalizado que arcaria com os custos do traslado. Rodrigo Neves (PDT), prefeito da cidade fluminense, informou que a administração municipal estava em contato com a irmã de Juliana para organizar o retorno do corpo ao país de origem.

Falsa campanha de arrecadação

Paralelamente aos trâmites oficiais, circulou nas redes sociais uma campanha de arrecadação de recursos alegando a finalidade de financiar o transporte do corpo da brasileira. A família desmentiu publicamente a iniciativa e alertou que a vaquinha era falsa, classificando o ato como golpe.