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“Ameaça à segurança”: WhatsApp poderá sofrer restrição 

O aplicativo mais usado para mensagens na Rússia pode estar prestes a ser cortado dos smartphones no país. O WhatsApp, que tem presença diária na vida de cerca de 68% dos russos, está na mira do governo de Vladimir Putin. 

Isso porque autoridades locais consideram que a plataforma, de propriedade da Meta (mesma dona do Facebook e Instagram), representa uma ameaça à segurança nacional. Sendo assim, o mensageiro pode entrar na lista oficial de softwares restritos a partir de setembro.

A decisão se encaixa na nova política digital do Kremlin, que busca reduzir a dependência de serviços estrangeiros. Em junho, Putin sancionou uma lei autorizando o desenvolvimento de um aplicativo nacional de mensagens, controlado diretamente pelo governo russo. Dessa maneira, a substituição de plataformas ocidentais por ferramentas locais passou a ser prioridade.

Meta é vista como organização extremista

Vale destacar que a Meta é considerada uma “organização extremista” na Rússia, o que já havia motivado, em 2022, o bloqueio do Facebook e do Instagram no país, logo após o início da guerra na Ucrânia. Por isso, o WhatsApp pode ser o próximo alvo da repressão digital russa.

De acordo com Anton Nemkin, integrante do comitê de Tecnologia da Informação do parlamento russo, o aplicativo viola normas de segurança. 

“Todos os serviços devem cumprir a lei russa”, reforçou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. Com isso, o cenário é cada vez mais desfavorável para empresas de tecnologia ocidentais no país.

Proibição pode entrar em vigor em setembro

O governo russo publicou recentemente uma nova diretriz voltada à restrição de tecnologias desenvolvidas em países que impuseram sanções contra Moscou. Isso inclui os Estados Unidos e, portanto, a Meta. A previsão é de que a proibição ao WhatsApp comece a valer já em 1º de setembro.

Anton Gorelkin, vice-chefe do comitê de tecnologia da informação da câmara baixa russa, foi direto: “É hora de o WhatsApp se preparar para deixar o mercado russo”. Até agora, a Meta não se manifestou sobre o caso.

Estratégia russa visa autossuficiência digital

Além disso, essa medida faz parte de um plano maior. O governo Putin quer que o país se torne digitalmente autossuficiente. Isso porque a dependência de plataformas estrangeiras é vista como um risco estratégico. 

Cabe ressaltar que a criação de alternativas nacionais já está em andamento, com o apoio direto do Estado.

Portanto, o possível banimento do WhatsApp não se trata apenas de um ajuste técnico, mas de um passo simbólico rumo a um novo modelo de controle sobre o ambiente digital russo. Desse jeito, a tecnologia continua sendo uma das arenas centrais da disputa geopolítica contemporânea.