A Sony apresentou, em 2024, um protótipo de robô cirúrgico desenvolvido para atuar na supermicrocirurgia — especialidade que lida com vasos sanguíneos e nervos com menos de 1 milímetro de diâmetro. O equipamento foi projetado para elevar o nível de precisão nas intervenções médicas e ampliar o desempenho dos profissionais durante procedimentos extremamente delicados.
Entretanto, o robô voltou a chamar atenção recentemente. Um vídeo que mostra a máquina costurando um pequeno corte em um grão de milho viralizou nas redes sociais, reacendendo o interesse do público e da comunidade médica sobre a inovação. A gravação evidencia a capacidade de precisão do sistema, reforçando os resultados positivos obtidos nos testes iniciais em animais realizados no Japão.
O equipamento não opera de forma autônoma. Ele funciona por teleoperação, com o cirurgião utilizando controladores semelhantes a canetas para comandar os instrumentos. A visualização é feita por meio de uma câmera 3D com resolução 4K, cuja imagem é projetada em telas OLED montadas em um suporte semelhante a óculos de realidade virtual.
Essa estrutura permite ao profissional ter uma visão ampliada e realizar movimentos mais precisos, ajustando a amplitude conforme necessário.
Além disso, a tecnologia possibilita a troca automática de instrumentos cirúrgicos em poucos segundos, evitando interrupções durante o procedimento. De acordo com a Sony, o sistema foi projetado como um “dispositivo de cirurgia remota de baixa latência”, e segue em fase de aprimoramento.
Testado na Aichi Medical University, no Japão, o robô foi utilizado com sucesso por profissionais sem formação específica em microcirurgia. Eles conseguiram realizar anastomoses em vasos com apenas 0,6 mm de diâmetro. Conforme o professor Munekazu Naito, “são necessários meses ou anos de treinamento extensivo para dominar essa técnica”, o que evidencia o potencial de formação e apoio do robô.
A recepção dos médicos que testaram o sistema também foi positiva. A Dra. Hisako Hara relatou que o manuseio “traz a mesma sensação de usar pinças e tesouras em uma cirurgia tradicional”. Já o Dr. Makoto Mihara afirmou: “Este robô se move como eu quero. Parece uma assimilação entre mim e o robô, com ele se movendo como as pontas dos meus dedos”.
Além dos avanços médicos, a tecnologia pode impactar o setor de seguros. Afinal, o uso de robôs de alta precisão pode reduzir a incidência de erros médicos, o que tende a diminuir os sinistros e, por consequência, os valores dos prêmios dos seguros saúde.
