A recente conquista do Chelsea no Mundial de Clubes reacendeu um antigo atrito envolvendo o técnico Renato Paiva e o empresário John Textor, proprietário da SAF do Botafogo. Após a vitória do clube inglês sobre o Paris Saint-Germain por 3 a 0 no domingo (13), o treinador português publicou nas redes sociais uma mensagem considerada uma provocação à sua antiga diretoria.
Renato Paiva comandou o Botafogo entre fevereiro e o início de julho, período em que levou o time à fase final do Mundial. No torneio, o Alvinegro venceu o PSG com uma formação tática semelhante à utilizada pelo Chelsea na decisão: três volantes e um meia centralizado, partindo da ponta. A estratégia, no entanto, foi criticada internamente e culminou na sua saída após a eliminação diante do Palmeiras nas oitavas de final.
Com tom de ironia, Paiva compartilhou um comentário tático sobre o Chelsea e escreveu: “Chelsea jogando com três volantes e um 10 de falso ponta que com bola jogava por dentro no corredor central! Mas pode?”.
Conforme a versão de Textor, a demissão do treinador se deu por descumprimento do “Botafogo Way”, filosofia que prioriza um estilo ofensivo. Em declaração anterior, o empresário afirmou que “quebrou princípios, Palmeiras não é PSG”. Já Paiva, em conversa com o jornalista André Rizek, alegou que o motivo real da saída foi a utilização de três volantes e a escalação de Cuiabano como atacante.
Anteriormente à sua contratação, o Botafogo passou 54 dias sob comando interino, com Fábio Matias, Carlos Leiria e Cláudio Caçapa revezando a função. O time acumulou três vices consecutivos: Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca.
Durante sua passagem, Paiva dirigiu o time em 23 partidas, com 12 vitórias, três empates e oito derrotas. Sob sua gestão, o Botafogo alcançou as oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, além de manter-se na oitava colocação do Brasileirão, somando 18 pontos em 11 jogos.
Atualmente, Davide Ancelotti assumiu o comando técnico e estreou no sábado (12), na vitória sobre o Vasco por 2 a 0. O novo treinador, filho de Carlo Ancelotti, tenta consolidar um novo ciclo no clube após a instabilidade vivida nas últimas competições.
A comparação feita por Paiva entre o estilo adotado por ele e o aplicado pelo Chelsea alimenta o debate sobre a flexibilidade tática no futebol moderno. Afinal, o que pode para uns, parece não poder para outros.
