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A declaração de Dunga sobre Pedro, do Flamengo, na Seleção Brasileira

O diálogo entre os campeões mundiais, pelo canal de Romário no YouTube, coincidiu com o aniversário de 31 anos da conquista do tetra

Durante participação no programa “De Cara com o Cara”, comandado por Romário, Dunga apontou a ausência de um goleador de confiança como obstáculo para o próximo título mundial da Seleção. O ex-capitão destacou que, ao longo da história, as conquistas brasileiras sempre contaram com atacantes decisivos. Para ele, Pedro surge como nome ideal.

“A gente precisa de um matador. O atacante é aquele que faz gol de vez em quando, o matador, em cada dois, faz um. Estamos precisando na seleção brasileira do cara que faça gol. Se a gente jogar para o atacante, ele vai fazer gol de vez em quando. Nós precisamos jogar para quem é goleador e matador”.

Romário endossa escolha e cobra observação de Ancelotti

Romário reforçou o argumento do companheiro de 1994, sugerindo que o atacante do Flamengo pode se consolidar como referência no comando ofensivo. Ele ainda fez ressalvas sobre as escolhas do técnico Carlo Ancelotti na convocação mais recente.

“O Pedro é um cara que, em forma, pode resolver esse problema nosso? Em forma, acho que sim, é uma característica diferente. Talvez, nesse primeiro momento, Ancelotti não convocou porque ele não foi bem na Europa, e ele trouxe jogadores que foram bem na Europa quatro anos atrás. Ele trouxe jogadores que ele tinha confiança, para ter estrutura. Daqui para frente, acho que ele vai observar mais”.

Estilo de jogo e atributos técnicos

Apesar de ser um centroavante de origem, Pedro tem capacidade de contribuir em outras fases ofensivas. Dunga destacou que o camisa 9 tem inteligência posicional e boa finalização, atributos que o diferenciam de outros atletas da posição.

“Como não temos jogadores que entram muito na área, um jogador como o Pedro é importante. Vendo o Pedro, ele parece lento. Mas não é lento. É um cara que sabe se posicionar muito bem, sabe onde chegar e não dá o chute de olhos fechados”.

Romário foi ainda mais direto ao tratar da principal virtude do jogador: “Ele sabe fazer gol”.

Jorginho também enaltece atacante rubro-negro

Outro tetracampeão presente no debate, Jorginho, ressaltou que o elenco atual ainda carece de um nome definitivo para o setor ofensivo. Para ele, o atacante do Flamengo, mesmo sem destaque durante a passagem pela Fiorentina, é a melhor opção.

“Nós temos bons jogadores, mas acho que a gente ainda não definiu o atacante. Está faltando. Para mim, o Pedro ainda é o melhor atacante que temos, apesar de não ter ido bem na Itália (jogando pela Fiorentina), é o centroavante que nós temos. E falta o meia clássico. É o momento de definir dois jogadores de qualidade”.

Debate ocorreu antes de polêmica no Flamengo

As declarações foram registradas antes da repercussão de críticas feitas por Filipe Luís. O técnico do Flamengo afirmou que as atitudes do jogador nos treinos foram “lamentáveis” e “beiraram o ridículo”, justificando a exclusão do atleta da relação de convocados para uma partida recente.

Críticas e recado para Neymar

Durante o mesmo encontro, os campeões de 1994 abordaram o papel de liderança na Seleção, mencionando Neymar. Ricardo Rocha utilizou o próprio Romário como exemplo para cobrar postura mais assertiva do atual camisa 10.

“Ele tem de bater no peito e dizer: ‘Eu quero’. Depende mais dele do que da seleção. Ele querendo, ele vai. Todos aqui levariam ele. Se eu sou o Neymar, chamo todos os jogadores, como a gente fazia, diria: ‘Eu vou definir, deixa comigo’. Antes da Copa de 94, você (Romário) disse, e ninguém vai ter esse peito hoje: ‘Se o Brasil perder, a culpa é minha’. Não existe mais esse tipo de jogador”.

Contexto da discussão

O diálogo entre os campeões mundiais, transmitido pelo canal de Romário no YouTube, coincidiu com o aniversário de 31 anos da conquista do tetra. A reunião contou com a presença de Dunga, Jorginho, Branco e Ricardo Rocha, que discutiram temas relacionados ao atual momento da equipe nacional e possíveis caminhos para a retomada da competitividade em nível mundial.